Antes "queridinho da mídia", ano começa com críticas ao Brasil
Segundo jornais, o País chegou ao fim de uma era e a economia nacional opera abaixo do seu potencial.
O Brasil voltou a aparecer – negativamente – na mídia neste começo de ano devido aos rumos da economia. A política da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda Guido Mantega foi mais uma vez criticada. Segundo o jornal britânico Financial Times, o País chegou ao fim de uma era e a economia nacional opera abaixo do seu potencial.
Após dados divulgados na terça-feira terem mostrado que as vendas de carros caíram em 2013 pela primeira vez em uma década no Brasil e um relatório do Banco Central (BC) ter confirmado que o País também registrou a maior saída de dólares em dez anos, o blog BeyondBrics, do jornal Financial Times, afirmou o País chegou ao fim de uma era.
As saídas líquidas de dólar chegaram a US$ 12,26 bilhões no ano passado - a maior saída desde 2002, quando a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou os investidores a fugir do País, conforme a publicação. Os dados também são os primeiros que mostram a profundidade da crise financeira depois de 2008. Em 2012, entraram US$ 16,75 bilhões no Brasil enquanto em 2011 foram cerca de US$ 65 bilhões.
Um artigo publicado pelo professor da universidade de Columbia Marcos Troyjo no site do mesmo jornal britãnico afirmou que a economia brasileira opera abaixo de seu potencial e está na hora de um novo comprometimento do governo com metas de inflação e responsabilidade fiscal, como foi feito no governo Lula, e em 2014 é preciso seguir a meta de acabar com as ineficiências do Estado brasileiro.
O BeyondBrics em outra reportagem divulgada em janeiro afirmou que os protestos que atingiram o País no meio do ano, os maiores em 20 anos, colocaram em risco as chances de reeleição da presidente. Conforme a publicação, a presidente deve ter dado um suspiro de alívio quando o relógio bateu meia-noite na véspera do Ano Novo já que o ano de 2013 foi “um ano para esquecer“.
O blog disse ainda que o colapso do empresário mais famoso do País, Eike Batista, que perdeu bilhões antes de pedir recuperação judicial e deu o maior calote da América Latina, também não ajudou no ano de Dilma. Para piorar, o mercado de ações do Brasil registrou a pior perda anual entre os 20 maiores índices de ações do mundo. Mas enquanto 2013 pode ter acabado, as más notícias devem continuar também em 2014.
A agência de classificação de risco Moody’s também mostrou que as perspectivas para 2014 não são as melhores e que o crescimento deve ser mais lento. A agência informou que o rating soberano em "Baa2" com perspectiva estável incorpora crescimento mais fraco da economia. A agência espera que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fique em torno de 2% neste ano, mesmo patamar desde 2011, embora veja o crescimento potencial do país seja de 3%.
Até o criador da sigla Bric (grupo de emergentes que reunia Brasil, Rússia, Índia e China), o economista, Jim O'Neill, já aposta em novos países em 2014, de acordo com informações da BBC Brasil. Após a recente desaceleração do grupo, O'Neill teria identificado outros quatro países - México, Indonésia, Nigéria e Turquia - que, segundo ele, também podem se tornar gigantes econômicos nas próximas décadas.
Conforme a agência de notícias Bloomberg, as más notícias fizeram com que os bancos de investimento passassem a dvertir seus clientes a reduzirem seus recursos aplicados em economias de países emergentes, incluindo o Brasil. O Goldman Sachs recomendou que os investimentos em países em desenvolvimento sejam cortados em um terço alegando que as ações, títulos de dívida e câmbio desses mercados terão uma performance abaixo da média pelos próximos dez anos.