Apetite dos bancos por crédito para pessoas físicas deve elevar inadimplência, diz Banco Central
De acordo com o BC, o crédito não consignado tem crescido principalmente em operações com tomadores que possuem maior risco
Brasília - O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central (BC) afirmou, nesta segunda-feira, 7, que o apetite dos bancos no crédito para pessoas físicas deve elevar a inadimplência e pediu que as instituições financeiras continuem preservando a qualidade das concessões. No dia 24 de fevereiro, o Comef decidiu manter o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em 0%.
"O apetite ao risco das instituições financeiras segue aumentando, com destaque para algumas modalidades de crédito para famílias. Esse movimento deve elevar a inadimplência, ainda que dentro de padrões históricos", aponta o colegiado, na ata publicada nesta segunda.
De acordo com o BC, o crédito não consignado tem crescido principalmente em operações com tomadores que possuem maior risco. Por outro lado, as concessões de crédito imobiliário têm arrefecido por causa do aumento das taxas de juros. Segundo o Comef, isso gera pressão sobre o funding e o spread da modalidade habitacional.
O BC considerou que o crescimento do crédito amplo continua condizente com os atuais fundamentos econômicos. A ata cita a aceleração do crédito para famílias em modalidades com maiores retornos, mas também com maiores riscos. Apesar do crédito para micro e pequenas empresas ter desacelerado com o fim de programas emergenciais, o Comef salienta que as concessões seguem em ritmo superior ao pré-pandemia, enquanto as maiores empresas têm acessado principalmente o mercado de capitais.