Após alta, Lula responde à pressão sobre cortes de gastos: 'Ninguém tem mais responsabilidade fiscal do que eu'
Presidente comentou pressão do mercado para que o governo demonstre compromisso com o fiscal
Após receber alta na tarde deste domingo, 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a retomada das agendas políticas e os desafios do governo, principalmente na área econômica. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, o chefe do Executivo respondeu à pressão do mercado para que o governo demonstre compromisso com a responsabilidade fiscal.
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Com o objetivo de adequar a explosão de gastos públicos nos próximos anos e dar sobrevida ao arcabouço fiscal em vigor desde o ano passado, o governo anunciou no início do mês um pacote de corte de gastos obrigatórios que prevê uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos (R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026). O pacote foi considerado insuficiente pelo mercado.
"Vou repetir: ninguém nesse País, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. [...] Entreguei esse País, sabe, numa situação muito privilegiada. É isso que eu quero fazer outra vez. E não é o mercado preocupado com os gastos do governo. É o governo. Porque, se eu não controlar os gastos, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar é o povo pobre”, disse Lula.
O presidente ainda falou que o "mercado ficou nervoso" em razão do anúncio da proposta para elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil. "É isso que ele [mercado] ficou nervoso. Porque muitos no mercado não pagam imposto de renda. Nós fizemos aquilo que é possível fazer mandando [o pacote] para o Congresso Nacional", afirmou Lula.
Alta hospitalar
Apesar da alta hospitalar, Lula não está de "alta médica". Embora tenha compromissos de governo em Brasília, Lula deverá ficar na capital paulista até a próxima quinta-feira, 19, quando passará por uma reavaliação, segundo o médico pessoal do presidente, Dr. Roberto Kalil Filho.