Após boicote de produtores, unidades do Carrefour em São Paulo registram falta de carne
Rede de mercado francesa se envolveu em polêmica nesta segunda-feira, 25, após posicionamento do CEO Alexandre Bompard
Após o boicote de produtores brasileiros ao Carrefour, lojas de São Paulo já registram falta de carne. O conflito teve início nesta segunda-feira, 25, depois que o CEO do grupo francês, Alexandre Bompard, divulgou uma carta afirmando ser contrário à proposta de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.
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Segundo ele, em defesa dos interesses de produtores de carne franceses, ele se comprometia a não vender carnes oriundas do Mercosul em unidades do Carrefour na França. O posicionamento de Bompard não foi bem recebido pelo governo brasileiro, nem pelos frigoríficos.
Em pesquisa feita pela Folha de S. Paulo na tarde desta segunda-feira, entre 60 clientes entrevistados, 34 relataram que estão sentindo falta de produtos específicos nas prateleiras do Carrefour. No mercado da rede francesa localizado na avenida Ribeiro Lacerda, Zona Sul de São Paulo, a prateleira destinada aos produtos da Friboi, frigorífico que também aderiu ao boicote, contava com apenas 12 peças de carne.
Em nota à imprensa, o Carrefour Brasil lamentou a situação de divergência entre a marca e os produtores brasileiros. "Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade", disse.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comentou a carta e ressaltou que é a favor do boicote promovido pelas empresas, que inclui também a Marfrig e JBS. "O problema é a forma como que o CEO do Carrefour tratou. O primeiro parágrafo da carta, da manifestação dele, fala com relação à qualidade sanitária das carnes brasileiras, o que é inadmissível falar. O Brasil tem uma das melhores sanidades de produtos alimentícios do mundo", afirmou.