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As lições da pandemia sobre saúde mental na empresa

Segundo especialista, ainda existe um tabu em torno do assunto

15 ago 2022 - 02h00
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Foto: Adobe Stock

A saúde mental tem se tornado tema cada vez mais relevante dentro e fora das empresas. E mesmo que a pandemia tenha reforçado a sua importância, ainda existe um tabu em torno do assunto dentro das organizações com poucos investimentos em soluções que ajudem na prevenção, conscientização e tratamentos adequados.

Segundo Carolina Dassie, CEO da Hisnëk , healthtech que desenvolveu o aplicativo Ivi, primeira assistente virtual de saúde emocional e bem-estar no ambiente corporativo, ainda existe um estigma em torno da saúde mental e isso faz com que as pessoas tenham uma certa resistência em buscar ajuda ou até mesmo falar sobre o assunto.

“Mesmo que o tema tenha se tornado mais relevante nos últimos anos, as pessoas têm uma certa resistência sobre questões relacionadas. É muito comum as pessoas se ausentarem de seus postos de trabalho em busca de um especialista quando estão com uma inflamação na garganta, ou um resfriado forte por exemplo, mas procurar ajuda quando se sente emocionalmente abalado se torna um pouco mais difícil, pois existe o medo do julgamento, ou até uma resistência cultural”, explica.

Estresse e Síndrome de Burnout

De acordo com levantamento da International Stress Management (ISMA) 72% dos trabalhadores brasileiros sofrem hoje de estresse, enquanto 32% têm síndrome de burnout. Ainda segundo Relatório Global sobre Saúde Mental divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho deste ano, houve um aumento de 25% em  casos de depressão e ansiedade somente no primeiro ano após o surgimento do novo coronavírus. 

Ainda existe um estigma em torno da saúde mental no ambiente corporativo, diz Carolina Dassie
Ainda existe um estigma em torno da saúde mental no ambiente corporativo, diz Carolina Dassie
Foto: Hisnëk / Divulgação

Para a CEO da Hisnek, a pandemia trouxe luz e deixou uma série de aprendizados sobre o tema, o que tem feito as empresas olharem cada vez mais para soluções de apoio. Carolina Dassie separou três reflexões que o período de isolamento e trabalho remoto deixaram para as empresas sobre a saúde mental.

  • 1. A escuta ativa e acolhimento por parte do RH das empresas é primordial para auxiliar os colaboradores, tanto a cuidarem da saúde, quanto a buscarem ajuda quando necessário.
  • 2. Com a adequação ao trabalho remoto ou híbrido o uso da tecnologia se torna essencial para ajudar as pessoas de forma ativa e efetiva dentro das empresas, uma vez que possível identificar aqueles que estão vulneráveis ou passando por alguma questão específica relacionada à saúde mental.Dessa forma, o departamento pode colocar em prática uma série de ações de prevenção, conscientização e orientação para o tratamento adequado.
  • 3. Ainda existe um estigma em torno da saúde mental que faz com que as pessoas não busquem tratamento. Por isso, o RH deve se manter aberto a acolher sem julgamentos e ser sigiloso. Esse  é um passo importante e ajuda a acolher o colaborador quando necessário. 

Um exemplo de enfermidade que  ainda traz muito desconforto mas que pode desencadear outras doenças se não for tratada é a  síndrome do burnout, classificada pela Organização Mundial da Saúde como um fenômeno ocupacional que surge a partir de um estresse em função do trabalho, deixando a pessoa exausta, com pouca energia e faz com que ela deixe de acreditar naquilo que produz.

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