Associação de bares e restaurantes de SP move ação contra Enel por prejuízos causados por apagão
Quase 72 horas após a tempestade, ainda havia cerca de 400 mil imóveis sem luz na Grande São Paulo.
O temporal com fortes ventos que atingiu a Grande São Paulo na última sexta-feira, 11, deixou bares e restaurantes sem fornecimento elétrico, gerando perda de alimentos e clientes. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP) vai entrar com uma ação coletiva contra a Enel, concessionária de energia, nesta terça-feira, 15. A ação visa indenizar bares, restaurantes e similares da cidade pelos prejuízos causados pela falta de energia.
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A capital paulista tem cerca de 155 mil estabelecimentos, entre bares, restaurantes e similares. O valor pedido na ação é de cerca de R$ 20 mil por restaurante ou bar associado. O dano financeiro será calculado por cada estabelecimento e pode chegar a R$ 50 mil.
Quase 72 horas após a tempestade, ainda havia cerca de 400 mil imóveis sem luz na Grande São Paulo, segundo boletim divulgado pela Enel às 14h desta segunda, 14. Destes, 280 mil estão na capital, nos bairros de Santo Amaro, Jabaquara, Pedreira e Campo Limpo, na zona sul da cidade.
A concessionária informou que pretende cumprir o prazo de três dias, contados a partir desta segunda, dado pelo governo federal para restaurar o fornecimento total de energia elétrica na região metropolitana. O acordo foi firmado entre a concessionária e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Prejuízos
O restaurante Ícone Asiático, em Pinheiros, na zona oeste da capital, foi um dos estabelecimentos afetados. O local ficou mais de 24 horas sem energia.
“Eu tive uma perda grande de faturamento nesses dois dias, sexta e sábado, de mais ou menos 70%, que estaria em torno de R$ 7 mil a R$ 10 mil. Além de investir cerca de R$ 400 em velas e lanternas”, contou Roberto Satoru, sócio do estabelecimento.
O local funciona há nove anos, e foi a primeira vez que passou tanto tempo sem luz. Para não perder completamente os alimentos, Satoru contou ter utilizado o freezer de 30kg e caixas térmicas de 10kg com gelo para manter o resfriamento dos produtos.
“Somos um restaurante pequeno. Usamos o freezer e as caixas para manter os alimentos. Fizemos isso preocupados porque precisávamos continuar funcionando para pagar funcionários, fornecedores, contas e a própria Enel, que tem uma cobrança absurda. Eu pago mais ou menos, no inverno, R$2.000, R$2.200 [de conta de energia]. No verão, chego a pagar R$3.000. Já cheguei a pagar R$4.500 para a Enel”, lembrou Satoru.
Mesmo sem energia, o restaurante continuou funcionando durante o fim de semana. Além do estabelecimento, moradores usaram as redes sociais da distribuidora para desabafar sobre a falta de fornecimento de energia.