‘Até Bolsonaro prometeu isentar o trabalhador até R$ 5 mil’, diz Haddad sobre críticas à proposta do IR
Ministro relembrou a promessa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, inclusive, era mais robusta que o atual projeto de isenção
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não entender as críticas que opositores fazem à proposta de isentar o Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil por mês. Em entrevista ao Bom Dia, Ministro, nesta quinta-feira, 20, ele comentou que o antecessor e principal opositor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), chegou a propor uma isenção similar. Mas não cumpriu.
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“Eu fico vendo os comentários, as pessoas querendo colocar lenha na fogueira, mas é uma das coisas mais tranquilas e justas que eu poderia imaginar que alguém pudesse fazer. Eu fico me perguntando por que não se fez antes. Você sabe que até o Bolsonaro prometeu isentar o trabalhador até R$ 5 mil e depois desconversou, depois que ganhou a eleição desconversou e não fez nada”, disse.
Durante a candidatura à reeleição, a proposta de Bolsonaro era ainda mais ousada. O então presidente prometeu ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganhasse até cinco salários mínimos. Considerando o valor pago em 2022, ano da eleição, ficaria isento quem ganhasse até R$ 6.060.
No entanto, Haddad complementou que o ex-presidente manteve a tabela do Imposto de Renda sem atualização durante todo o seu mandato, completando sete anos sem que a isenção fosse corrigida, já que a última atualização havia sido feita em 2015, na gestão da petista Dilma Rousseff.
“Não vi ninguém, nenhum editorial contra, não vi ninguém se manifestar ali do PL contra, não vi ninguém pedir para o ‘capitão’ fazer alguma coisa pelo trabalhador. Manteve sete anos o salário mínimo sem aumento real. Também não vi nenhum editorial contra, vi nada disso. Agora que se atualiza a tabela, cai o mundo, olha o que está acontecendo, populismo. Atualizar a tabela do Imposto de Renda é populismo?”, questionou.
O ministro complementou que o projeto não visa cobrar imposto a mais de ninguém. Com relação aos mais ricos, ou seja, aqueles que ganham mais de R$ 600 mil por ano, caso eles comprovem que já pagaram o Imposto de Renda correspondente à sua faixa de renda não deverão pagar mais nada.
“Ela continuará pagando o que ela sempre pagou, não vai pagar mais. Ela só vai complementar aquilo que faltar para 10%”, afirmou, referindo-se, especificamente, à alíquota cobrada a quem tem mais de R$ 1,2 milhão de ganhos.
