Atividade industrial da China vacila em março e pesa sobre perspectiva para o PIB
O setor industrial da China, responsável por um terço da segunda maior economia do mundo em valor, perdeu força em março em meio a pedidos de exportação ainda fracos, freando a recuperação econômica do país após as políticas restritivas contra a Covid-19.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de indústria do Caixin/S&P Global caiu para 50,0 em março, de leitura em fevereiro de 51,6, que indicou a primeira expansão mensal da atividade em sete meses. A marca de 50 separa crescimento de contração.
Os resultados da pesquisa, divulgados nesta segunda-feira, ficaram bem abaixo das expectativas de 51,7 em uma pesquisa da Reuters e ecoaram o crescimento mais lento em um PMI oficial divulgado na sexta-feira.
A economia da China deu sinais de recuperação nos primeiros dois meses do ano, liderada por uma retomada nos serviços após o fim de três anos de políticas rigorosas contra a Covid que interromperam o comércio e afetaram a demanda doméstica.
Mas falta uma recuperação convincente da manufatura, pressionando as perspectivas de curto prazo da economia.
Pequim estabeleceu uma meta modesta para o crescimento econômico este ano de cerca de 5%, depois de o país ter expandido apenas 3% no ano passado, um dos resultados mais fracos em quase meio século.
É provável que o PIB da China tenha crescido cerca de 4,0% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, uma vez que o consumo aumentou e o investimento em infraestrutura manteve um alto ritmo de crescimento, informou o jornal financeiro estatal The Securities Times na segunda-feira.
"Os próximos meses provavelmente verão uma demanda externa fraca e recuperação na demanda doméstica", disse Nie Wen, economista da empresa de investimentos Hwabao Trust, baseado em Xangai.
Em março, o subíndice de novos pedidos de exportação do PMI caiu para 49,0, após um breve crescimento em fevereiro, sugerindo que a demanda global continua fraca, de acordo com a pesquisa da Caixin.
"A recuperação relativamente modesta e de curta duração nos PMIs de indústria no primeiro trimestre sugere que o setor recebeu apenas um impulso limitado com a reabertura", escreveu a Capital Economics em nota.
"Isso se deve em parte a um cenário global mais fraco, mas também é consistente com nossa visão de que a maior parte da recuperação da reabertura virá do setor de serviços, que foi o mais afetado pela política de Covid zero".