Autoridade do BC japonês pede revisão da política monetária ultrafrouxa
Hajime Takata, membro do conselho do Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês), disse que o banco central deve considerar a revisão de sua política monetária ultrafrouxa, incluindo a saída das taxas de juros negativas e o fim do controle de rendimento dos títulos.
As medidas que devem ser consideradas incluem a saída do controle da curva de rendimento, das taxas de juros negativas e um ajuste no compromisso do BOJ de continuar expandindo sua base monetária até que a inflação ultrapasse 2% de forma estável, disse ele em um discurso nesta quinta-feira.
"É necessário considerar uma resposta ágil e flexível, inclusive sobre como sair ou mudar a marcha da atual política monetária extremamente acomodatícia", acrescentou.
"Embora existam algumas incertezas econômicas, sinto que finalmente estamos vendo perspectivas de atingir nossa meta de inflação de 2%", disse Takata, apontando para sinais crescentes de mudança na prática de longa data das empresas de renunciar a aumentos de salários e preços.
Participantes do mercado interpretaram seus comentários como sinalização de uma forte chance de que uma reversão da política ultrafrouxa seja iminente.
"Seu comentário foi feito em um passo em direção à saída do estímulo monetário. Os participantes do mercado o reconheceram como 'hawkish' (agressivo contra a inflação), o que levou o iene a se fortalecer", disse Tsuyoshi Ueno, economista sênior do NLI Research Institute.
No entanto, mais tarde, Takata modificou seu comentário anterior em uma coletiva de imprensa.
Perguntado sobre se as taxas negativas deveriam ser encerradas em março, Takata disse que ainda não havia se decidido.
Takata também disse que ainda não estava pronto para considerar aumentos consecutivos dos juros, mesmo que as taxas negativas fossem eliminadas, seguindo a linha oficial do BOJ expressa pelo vice-governador Shinichi Uchida.
Em seu programa de estímulo maciço, o BOJ atualmente orienta as taxas de juros de curto prazo para -0,1%, limita o rendimento dos títulos públicos de dez anos em torno de 0% e continua a comprar grandes quantidades de ativos, como títulos públicos.