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Autoridades do BCE defendem política "restritiva" apesar do risco de recessão

14 out 2022 - 10h26
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O Banco Central Europeu deve avançar com aumentos na taxa de juros para conter a inflação e pode até mesmo empurrar os custos dos empréstimos para níveis que restringem a atividade econômica, apesar dos crescentes riscos de recessão, disseram autoridades nesta sexta-feira.

Começando lentamente e depois acelerando o ritmo nos últimos meses, o BCE tem desfeito o suporte durante todo o ano e elevou os juros em 125 pontos-base combinados em suas duas últimas reuniões, o ritmo mais rápido de aperto da política monetária já registrado.

Durante meses, o banco disse que o objetivo era elevar os juros para um cenário neutro, em que não estimula nem desacelera o crescimento, mas algumas autoridades agora questionam essa visão, argumentando que o neutro, visto entre 1,5% e 2%, não é suficiente.

"Não vamos parar na taxa neutra, precisamos continuar avançando", disse Peter Kazimir, presidente do banco central da Eslováquia, à Reuters.

Seu colega Bostjan Vasle, presidente do banco central da Eslovênia, expressou uma visão semelhante, juntando-se a um coro ainda pequeno, mas crescente, de autoridades que defendem uma incursão em território "restritivo", uma trajetória de política monetária agora adotada por outros bancos centrais, incluindo o Federal Reserve.

Tanto Kazimir quanto Vasle defendem um aumento de 75 pontos-base na taxa de depósito, que está em 0,75%, em 27 de outubro, enquanto Vasle disse que um movimento semelhante pode ocorrer em dezembro também.

Os rápidos aumentos dos juros ocorrem em um cenário de deterioração das perspectivas econômicas e o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, alertou nesta sexta-feira que o cenário negativo na projeção de crescimento mais recente do banco pode estar se materializando.

"O que consideramos nosso cenário negativo em setembro está se aproximando do cenário básico", disse de Guindos ao jornal semanal lituano Verslo žinios.

Outro obstáculo é que os mercados financeiros podem estar excessivamente otimistas sobre as perspectivas econômicas, aumentando o risco de uma correção abrupta do mercado e instabilidade financeira, alertou a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta sexta-feira.

"Isso torna as avaliações vulneráveis a uma série de possíveis surpresas negativas, seja de crescimento, inflação, política monetária ou lucratividade corporativa", disse Lagarde.

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