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Autoridades do BCE descartam cortes apressados nos juros, mesmo com queda da inflação

15 fev 2024 - 08h04
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A inflação na zona do euro está voltando para a meta de 2% mas o Banco Central Europeu ainda precisa de mais confirmação antes de cortar os juros, disseram autoridades do BCE nesta quinta-feira.

O BCE tem mantido as taxas de juros em um nível recorde desde setembro e tem rechaçado discussões sobre cortes entre os investidores, argumentando que ainda faltam dados cruciais, especialmente sobre salários.

"Os dados mais recentes confirmam o processo de desinflação em andamento e espera-se que nos leve gradualmente mais para baixo ao longo de 2024", disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em uma audiência no Parlamento Europeu em Bruxelas.

"O atual processo desinflacionário deve continuar, mas o Conselho do BCE precisa estar confiante de que ele nos levará de forma sustentável à nossa meta de 2%", acrescentou Lagarde, repetindo a mensagem agora padrão do BCE.

Essa mensagem foi repetida pelo presidente do banco central espanhol, Pablo Hernández de Cos, que disse que o próximo passo será um corte, mas que não há pressa.

"O próximo passo nos de juros será um corte", disse de Cos em Madri. "Não estamos sendo explícitos sobre quando isso acontecerá, acho que ainda há algum tempo para isso, mas é importante ressaltar que a meta do BCE é a meta simétrica de 2%."

Se o BCE agir muito rapidamente, a inflação pode aumentar de novo e isso forçaria o BCE a apertar novamente a política monetária, alertou Lagarde.

Os mercados agora veem 113 pontos-base de cortes nas taxas de juros este ano, abaixo dos 150 pontos de semanas atrás, aceitando a resistência do BCE contra as apostas de afrouxamento monetário excessivo.

Dando um impulso à desinflação, o crescimento econômico está agora oscilando em torno de zero pelo sexto trimestre consecutivo e Lagarde disse que a atividade permanecerá "moderada" no curto prazo.

De fato, nesta quinta-feira a Comissão Europeia cortou sua previsão de crescimento do PIB da zona do euro neste ano de 1,2% para apenas 0,8%, o que representa apenas uma melhora marginal em relação ao crescimento de 0,5% do ano passado.

Ainda assim, o BCE continua a rechaçando as apostas de corte de juros, temendo que o crescimento relativamente rápido dos salários nominais aumente a inflação, já que os trabalhadores procuram recuperar a renda perdida com o rápido aumento dos preços.

"O crescimento dos salários continua forte e espera-se que se torne um impulsionador cada vez mais importante da dinâmica da inflação nos próximos trimestres, refletindo o mercado de trabalho apertado e as demandas dos trabalhadores por compensação da inflação", disse Lagarde.

O BCE precisa ver o resultado dos acordos salariais a serem firmados no primeiro trimestre deste ano antes de ter certeza de que o crescimento da renda não exercerá uma pressão indevida sobre os preços.

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