Autoridades do BCE se alinham em torno de apoio a corte nos juros nos próximos meses
Autoridades do Banco Central Europeu se alinharam nesta sexta-feira em apoio a um corte na taxa de juros nos próximos meses, à medida que a inflação na zona do euro continua caindo mais rapidamente do que o previsto.
Os presidentes dos bancos centrais de Alemanha, França, Finlândia e Lituânia falaram sobre as chances de o BCE reduzir os custos de empréstimos de sua máximas recordes, confirmando uma sugestão dada pela presidente do BCE, Christine Lagarde, na quinta-feira.
Eles apenas divergiram ligeiramente sobre o momento de uma primeira mudança no patamar dos juros.
"A probabilidade de vermos um corte nos juros antes das férias de verão (no Hemisfério Norte) está aumentando", disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, ao podcast Table Today.
Suas palavras têm um peso especial, porque Nagel -- como é historicamente o caso de um presidente do Bundesbank -- tem estado entre os membros mais "hawkish" do BCE, que insistem contra uma redução precipitada dos juros.
O BCE tem três reuniões antes de seu recesso de verão, em 11 de abril, 6 de junho e 18 de julho.
O presidente do banco central francês, Francois Villeroy de Galhau, disse que um corte nos juros deve ocorrer na primavera (no Hemisfério Norte), o que ele acrescentou ser "de abril a 21 de junho".
Olli Rehn, da Finlândia, também disse que a discussão sobre a redução dos juros será retomada "nas próximas reuniões de abril e junho".
Seu colega lituano foi mais explícito, dizendo que uma redução em junho é "muito provável" e poderia ser a primeira de uma série de cortes no valor de 25 pontos-base cada.
"Na minha avaliação, junho é o mês em que realmente é muito provável uma redução da taxa", disse Gediminas Simkus a repórteres em Vilnius.
A probabilidade de uma mudança em abril é "baixa", acrescentou ele.
Após a série de comentários, os mercados financeiros da zona do euro precificavam totalmente um corte em junho, seguido por mais três até dezembro, levando a taxa de 4% que o BCE paga sobre os depósitos bancários para 3%.
O BCE reduziu suas projeções para o crescimento e a inflação na quinta-feira e Lagarde disse que o banco central terá "muitas" das informações necessárias para decidir sobre um corte nos juros em junho.