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Aval à venda da Embraer sai em 2018, afirma ministro da Defesa

Acordo que repassa 80% do negócio de jatos comerciais da brasileira à Boeing deve ser aprovado após eleições

30 ago 2018 - 23h32
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O governo federal deverá aprovar ainda na gestão do presidente Michel Temer a venda da área de aviação comercial da Embraer para a americana Boeing, mas a decisão só será tomada após as eleições para não contaminar a disputa, disse nesta quinta-feira, 30, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna.

Após nove meses de negociações, a Embraer fechou, no início de julho, a venda de 80% de sua divisão de aviação comercial à Boeing.

O negócio vai criar uma nova companhia, avaliada em US$ 4,8 bilhões (R$ 20 bilhões), na qual a brasileira terá 20% de participação. Com a venda, a Embraer receberá US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) e ficará apenas com as áreas de defesa e jatos executivos - que, historicamente, têm menor participação nos resultados da empresa.

Consenso. Em visita ao Rio de Janeiro com Temer e outros ministros, Luna afirmou que não há dúvidas dentro do governo que a união de esforços entre as empresas é um bom negócio para o Brasil e uma forma de manter a Embraer forte em um mercado cada vez mais competitivo e demandante de recursos.

"Mas essa é uma decisão para depois das eleições. Isso pode embaralhar o processo eleitoral. É um negócio entre empresas privadas que está em curso", afirmou Luna. "Para ficar isento, ele (Temer) prefere dar andamento depois das eleições. Mas a decisão será ainda este ano. A negociação está muito clara e é só concordar."

Segundo o ministro da Defesa, o aval do governo federal manterá as bases do acordo em que a companhia americana Boeing ficará com participação de 80% em uma nova empresa que será criada a partir da cisão da área de aviação comercial da Embraer, a principal geradora de lucro da empresa. Os 20% restantes ficarão com a Embraer, que manterá sob seu controle as atividades de aviação executiva e de produtos militares. "O negócio é nesses moldes e a tendência é que seja assim", afirmou o ministro.

Estadão
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