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Avanços contra inflação ainda não foram suficientes, diz BC

No entanto, Comitê de Política Monetária afirmou que cenário de convergência da inflação para o centra da meta em 2016 se fortaleceu

29 jan 2015 - 10h11
(atualizado às 15h02)
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<p>BC tem prometido fazer "o que for necessário" para diminuir a alta dos preços</p>
BC tem prometido fazer "o que for necessário" para diminuir a alta dos preços
Foto: Nacho Doce / Reuters

Os avanços no combate à inflação ainda não foram suficientes, apesar de o cenário de convergência da inflação para o centro da meta em 2016 ter se fortalecido, avaliou o Banco Central nesta quinta-feira, ao mesmo tempo em que piorou sua visão sobre o aumento de preços neste ano.

Por meio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC elevou muito sua estimativa da alta dos preços administrados em 2015, para 9,3% ante os 6% calculados antes, um dos principais fatores de pressão da inflação.

"O Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido", trouxe a ata. "Contudo, os avanços alcançados no combate à inflação - a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo - ainda não se mostram suficientes", completou.

Na semana passada, o Copom manteve o ritmo e elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 12,25% ao ano, para tentar domar a inflação e deixou a porta aberta sobre o ritmo de aperto que adotaria dali para frente.

No fim de outubro, o Copom deu início ao atual ciclo de aperto monetário ao subir a Selic em 0,25 ponto percentual, em decisão surpreendente e que não contou com o apoio de todos os membros do comitê. No encontro de dezembro, acelerou o passo e puxou a taxa em 0,5 ponto percentual.

O BC tem prometido fazer "o que for necessário" para diminuir a alta dos preços, diante de uma inflação que continua elevada e rondando o teto da meta oficial - de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Pela última pesquisa Focus do BC com economistas, a mediana das expectativas era de que a Selic iria a 12,50% neste ano, mas o Top 5 - com instituições financeiras que mais acertam as projeções - via a taxa de juros indo a 13%.

Na ata, a autoridade monetária voltou a repetir que a inflação encontra-se em patamares elevados, em parte, por conta dos preços administrados e do câmbio. E, desde a última reunião do Copom, em dezembro, "a intensificação desses ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável".

Por isso, o BC reafirmou que não descarta aumento da inflação no curto prazo, com tendência de ela permanecer elevada em 2015. "Porém, ainda este ano entra em longo período de declínio", disse o BC, repetindo que a política monetária deve continuar "especialmente vigilante".

O BC piorou, sem mostrar projeções numéricas, sua expectativa de inflação neste ano pelo cenário de referência (Selic a 11,75% e dólar a R$ 2,65), permancendo acima do centro da meta. Para 2016, ela permaneceu "relativamente estável", também acima da meta.

Neste contexto, o BC elevou em muito suas contas sobre a alta dos preços administrados neste ano, levando em consideração a hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina - sobretudo pela incidência da Cide e do PIS/COFINS - e de 27,6% nos preços da energia elétrica, "devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)".

Fiscal

As medidas tributárias recentemente anunciadas pela nova equipe econômica devem pressionar ainda mais os preços no curto prazo, com analistas prevendo agora que, em 2015, a inflação vai estourar o teto da meta.

Mas, mesmo assim, essas ações estão sendo bem recebidas porque buscam arrumar as contas públicas do País e resgatar a confiança dos agentes econômicos. A expectativa do mercado é que se o governo cumprir a meta de superávit fiscal de 1,2% do PIB neste ano, como planeja o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a necessidade de alta de juros para controlar a inflação será menor.

Pela ata do Copom, o BC voltou a informar que, "no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade, e não descarta a hipótese de migração para a zona de contenção".

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