B3 negocia a compra da Neoway Tecnologia em acordo de até R$ 2 bilhões
Companhia catarinense, fundada em 2002, atua em setores como inteligência artificial e análise de dados; aquisição é tentativa da Bolsa brasileira de expandir sua atuação
A Bolsa brasileira está prestes a fechar a aquisição da Neoway Tecnologia, especializada em análise e compilação de dados para negócios, além de atuar também na área de inteligência artificial. Nesta quinta-feira, 14, a B3 informou ao mercado sobre as conversas. A operação deve ser anunciada na próxima semana, movimentando entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, conforme apurou o Estadão/Broadcast.
A Neoway é uma empresa catarinense, fundada em 2002. É a maior no segmento de análise de big data e inteligência artificial para negócios da América Latina. A B3, por sua vez, como uma das maiores bolsas do mundo e dona da maior plataforma de registros e custódia do País, deverá explorar a oferta de novos produtos não só nos segmentos de negócios em que já atua, mas a possiblidade de lançar outras novidades.
Por exemplo, a B3 tem uma plataforma de financiamento de veículos, por meio da qual já oferece aos clientes análises de perfil e risco dos tomadores dos créditos. Com a aquisição da Neoway, a B3 expande esse leque. "Vemos a aquisição potencial como qualitativamente positiva para a B3 - o que permitiria à empresa diversificar ainda mais seus fluxos de receita e reduzir a dependência das receitas de comercialização no futuro", avaliam analistas do Bradesco BBI.
Apetite por tecnologia
Em julho, na mesma linha, ou seja, procurando trazer para casa funcionalidades e tecnologia de terceiros para ampliar o leque de produtos fora do segmento de negociação de títulos, a B3 fez um aporte de R$ 600 milhões na TFS Soluções em Software, subsidiária da Totvs, levando uma participação minoritária de 37,5% do capital social da empresa.
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, vem sinalizando desde o fim do ano passado o interesse da bolsa em ampliar sua base de receitas e na exploração de dados, área que as bolsas internacionais já navegam e deriva de uma maior sofisticação do mercado.
A ideia é posicionar o negócio no concorrido mercado de serviços financeiros. "Como bolsa voltamos o olhar para prover módulos de serviços, disponibilizar nossa plataforma para outras infraestruturas", afirmou em conversa com o Estadão/Broadcast no meio do ano.
Entenda o que está em jogo com a compra da Neoway pela B3:
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Além das ações:
Ela própria fruto de uma união de dois negócios - a BM&F Bovespa e a Cetip -, a B3 está tentando ampliar agora sua atuação e olha em especial para o mercado de tecnologia para diversificar suas possibilidades de faturamento.
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Fusões e aquisições:
Apesar de a Neoway ter sido a maior aposta até agora, a B3 recentemente comprou a TFS Soluções em Software, uma subsidiária da Totvs; pagou R$ 600 milhões por 37% desse ativo.
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Possibilidades:
Como não se restringe ao mercado acionário, a Bolsa vê outras possibilidades dentro do setor financeiro. Segundo o presidente Gilson Finkelzstain, seguros e recebíveis de cartão estão na mira da companhia.
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Mais investimentos:
Para fomentar o novo negócio, que tem chance de crescer em pilares como a prevenção de fraude e liberação de crédito, a B3 está disposta a fazer novos aportes na Neoway: a previsão é de R$ 200 milhões em cinco anos.