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"Baixar o preço dos combustíveis é alívio momentâneo", aponta economista

IPCA no ano segue acima do esperado; veja análise de especialistas

8 jul 2022 - 11h24
(atualizado às 18h14)
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Foto: Adobe Stock

Nesta sexta (8/7) foi divulgado o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,67% em junho na comparação com maio. O índice é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O resultado foi abaixo do esperado pelo mercado, explica o Economista Chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal: “A inflação do IPCA atingiu 0,66% no mês junho, ligeiramente abaixo da expectativa mediana do mercado (0,7%) e acima do valor observado em maio (0,47%)”. 

Alta no ano surpreende analistas 

Apesar do resultado ter sido abaixo da expectativa do mercado, na comparação anual, o resultado está acima do esperado: “Na comparação anual, a inflação ao consumidor chegou a 11,89%, significativamente superior à meta de inflação. Os núcleos do índice continuaram também altos, sua média chegou a 0,89% e 10,1% nas comparações mensais e anuais, respectivamente. Ou seja, não obstante a pequena surpresa positiva do índice cheio, a dinâmica inflacionária permaneceu adversa no mês, particularmente quando considerados seus núcleos”, comentou Lemos Rosal. Os núcleos de inflação são métricas que indicam tendências. 

Para Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA, o mercado ainda terá de ajustar as expectativas: “Estamos com uma alta acumulada de quase 12%, acima dos últimos 12 meses, comparado com o mês de maio. O dado veio para o alto, a expectativa do mercado não era esse dado mais alto, mas vamos ver como irá se comportar daí para frente”. 

Redução nos combustíveis ainda não teve efeito na inflação 

“As recentes medidas para reduzir o preço dos combustíveis ainda não sensibilizaram o índice; o que deve acontecer a partir do mês de julho”, ressaltou João Maurício Lemos Rosal. “Entretanto, mesmo que isso de fato ocorra, será apenas um alívio momentâneo, enquanto que a real melhora da dinâmica inflacionária dependerá - entre outras coisas - do impacto da política monetária na trajetória da economia e dos próprios preços ao consumidor”, finalizou. 

Auxílio Brasil poderá afetar índice para cima nos próximos meses

Para Rafael Marques, CEO da Philos Invest, o resultado da inflação em junho surpreendeu positivamente as expectativas: “Veio acelerando para baixo, veio abaixo do esperado. A principal surpresa foi no segmento de artigos de residência e transporte”, avaliou. 

Ainda segundo Marques: “Olhando para frente, há vetores altistas e baixistas: para alta, vemos o fortalecimento do mercado de trabalho com a melhora do mercado de trabalho. Na margem, o rendimento real das famílias vem subindo e além disso e o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 pode aumentar a demanda por serviços. Já na ponta oposta, olhando para frente, para a parte ‘baixista’, vemos que a forte queda nos preços das commodities no mercado internacional, pode promover vetores jogando o índice de preços para baixo aqui no Brasil”, finalizou.  

Taxa de juros segue resiliente e juros devem subir 

“O que chama atenção é que ele foi maior do que o interior, subindo a inflação e os núcleos de inflação a pressão ficou na casa de vestuário, saúde, que vieram bem positivos, bem acima de 1%, porém com uma retração interessante na questão do vestuário”, avalia Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. 

“A habitação me chamou atenção, porque no mês anterior era negativo, nesse mês veio positivo. A inflação ainda resiliente, curvas de juros reagindo positivamente, ou seja, mercado [deve seguir] subindo as taxas de juros futuras depois do anúncio do IPCA”, ressaltou. 

Redação Dinheiro em Dia
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