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Banco Central diz que tarifas de Trump podem interferir na inflação brasileira

Efeito pode ser para cima, se tarifas gerarem valorização do dólar ou redução do apetite por risco, ou para baixo, com eventual redução no dinamismo do comércio e desaceleração da economia mundial

27 mar 2025 - 09h46
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BRASÍLIA - O Banco Central afirmou nesta quinta-feira, 27, que as tarifas comerciais instituídas pelos Estados Unidos podem resultar em um efeito para cima ou para baixo na inflação brasileira. Por um lado, se elas gerarem valorização do dólar ou redução do apetite por risco, devem aumentar o IPCA. Por outro, uma eventual redução no dinamismo do comércio, com desaceleração da economia mundial, poderia favorecer o real e resultar em menores pressões aqui.

No Relatório de Política Monetária (RPM), o BC explicou que essas duas possibilidades já estão contempladas no seu balanço de riscos: o vetor inflacionário, no trecho que fala em "conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada"; e o vetor para baixo, em "cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais".

BC afirmou que duas possibilidades sobre os efeitos das tarifas dos EUA já estão contempladas no seu balanço de riscos
BC afirmou que duas possibilidades sobre os efeitos das tarifas dos EUA já estão contempladas no seu balanço de riscos
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

"Se esse cenário for acompanhado de valorização global do dólar e forte redução do apetite ao risco, haveria pressão sobre o valor do real, repercutindo sobre a inflação doméstica", afirmou o BC, explicando o risco altista. "Do ponto de vista doméstico, no caso de verificação de políticas, como as do âmbito fiscal, que levem a nova deterioração da percepção dos agentes, poderiam ocorrer novos efeitos na taxa de câmbio e nas expectativas de inflação, com as pressões inflacionárias decorrentes."

Sobre o risco de baixa, o BC explicou que uma desaceleração mais forte da economia americana e global pode reduzir a precificação para os juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e baixar os preços de commodities. "A redução nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano favoreceria o valor do real, contribuindo assim para menores pressões inflacionárias domésticas", disse a autarquia.

Antes da divulgação do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), uma ala do mercado achava que o BC poderia incluir o risco de desaceleração mais forte da economia global como um vetor baixista adicional no seu balanço de riscos, contribuindo para torná-lo simétrico.

Estadão
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