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Banco Central eleva para 2,3% projeção de PIB para 2024 e prevê maior pressão da inflação

Indústria e serviços puxaram para cima a estimativa do BC para o crescimento da economia brasileira no ano, enquanto a projeção para o PIB agropecuário recuou de -1% para -2%

27 jun 2024 - 11h48
(atualizado às 11h52)
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BRASÍLIA - O Banco Central aumentou de 1,9% para 2,3% a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A projeção está no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta manhã de quinta-feira, 27, pela autoridade monetária. Ao mesmo tempo, para o BC, a probabilidade de a inflação estourar o teto da meta do ano, de 4,5%, aumentou de 19% para 28% .

A projeção do BC para o PIB fica entre a do mercado - no mais recente relatório Focus, a mediana indica crescimento de 2,09% em 2024 - e a do Ministério da Fazenda, que estima expansão de 2,5%.

Indústria e serviços puxaram para cima a estimativa geral do BC, que recuou a do PIB agropecuário de -1,0% para -2,0%. A projeção para a indústria passou de alta de 2,2% para 2,7%. No caso dos serviços, de 2,0% para 2,4%.

O BC também alterou a projeção de crescimento do consumo das famílias, de 2,3% para 3,5%. A estimativa para o consumo do governo passou de 1,9% para 1,8%.

O documento mostra ainda que a projeção para a alta na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - saltou de 1,5% para 4,5%.

A projeção do BC para o crescimento da economia brasileira em 2024 fica entre a do mercado, de 2,09%, e a do Ministério da Fazenda, de 2,5%
A projeção do BC para o crescimento da economia brasileira em 2024 fica entre a do mercado, de 2,09%, e a do Ministério da Fazenda, de 2,5%
Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO / Estadão

O Banco Central manteve a sua projeção de inflação de 2026 no cenário de referência, em 3,2%. A partir de 2025, passa a valer uma meta contínua de inflação, com centro de 3% e tolerância de 1,5 ponto porcentual.

As projeções do BC para o IPCA de 2024 e do próximo ano - de 4% e 3,4%, respectivamente - permanecem inalteradas em relação ao comunicado e à ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 10,5% e comunicar a interrupção do ciclo de afrouxamento monetário.

O cenário de referência usa a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus - terminando em 10,5% este ano e 9,5% no próximo - e dólar cotado em R$ 5,30, evoluindo no futuro conforme a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente, e a hipótese para a bandeira tarifária de energia é verde.

No mais recente Boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado indicava IPCA de 3,98% em 2024, 3,85% em 2025 e 3,60% em 2026.

Meta de inflação

O Banco Central (BC) aumentou a sua estimativa da chance de a inflação de 2024 estourar o teto da meta, de 4,5%, no cenário de referência. Conforme o RTI divulgado nesta quinta-feira, 27, a probabilidade passou para 28%. No documento anterior, de março, era estimada em 19%.

O cálculo tem como base a Selic variando conforme o relatório Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2024, de 1,5%, passou de 4% para zero. O centro da meta deste ano é de 3%.

Para 2025, a probabilidade de a inflação superar o teto da meta passou de 17% para 21%. A chance de a taxa furar o piso foi revisada de 11% para 9%.

Já para 2026, a probabilidade de a inflação superar o teto seguiu em 17%, assim como a de furar o piso continuou em 11%.

A partir do ano que vem, a autoridade monetária começará a perseguir uma meta de inflação contínua, e não mais de ano-calendário. Conforme o decreto que regulamenta o novo sistema, publicado ontem pelo governo, vai se considerar que a inflação ficou fora do alvo quando o IPCA acumulado em 12 meses superar o teto da meta por seis meses seguidos.

Em uma reunião na quarta-feira, 26, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o centro da meta contínua será de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos, como já é agora. O colegiado também confirmou que o IPCA será o índice usado para apurar a inflação.

Estadão
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