Banco Mundial pede que China corte sua meta de crescimento
Após 30 anos de forte expansão, a China quer reajustar sua economia para gerar crescimento mais lento, porém de melhor qualidade
A China pode cortar sua meta de crescimento econômico para 7% no próximo ano sem afetar seu mercado de trabalho, defendeu nesta quarta-feira o Banco Mundial, pedindo que Pequim pare de determinar objetivos de crescimento rígidos.
Em sua revisão da economia chinesa, o Banco Mundial alertou a China contra repetir sua "ambiciosa" meta de crescimento econômico de 2014, de 7,5%, no próximo ano, afirmando que prejudicará os planos de reforma do governo.
Após 30 anos de forte expansão, a China quer reajustar sua economia para gerar crescimento mais lento, porém de melhor qualidade.
Mas a busca por deixar que as forças do mercado suplantem o planejamento estatal exigiria que a China viva com taxas de crescimento econômico e aumentos de renda menos intensos, na avaliação do Banco Mundial.
"Nossa mensagem é de que o foco deveria ser em reformas, e não em cumprimento de metas específicas de crescimento", disse o economista sênior do escritório de Pequim do Banco Mundial, Karlis Smits.
"Na nossa visão, uma meta indicativa de cerca de 7% para 2015 atingiria o tipo de crescimento que é necessário para manter a estabilidade no mercado de trabalho", disse ele.
O Banco Mundial e outros analistas estimam que a economia chinesa irá expandir 7,4% neste ano, nível mais fraco em 24 anos, contra meta de 7,5%.
"Uma preocupação prevalecente é de que a política focada no cumprimento de uma meta ambiciosa de crescimento, similar à que foi determinada para 2014, exigiria políticas macroeconômicas para continuar orientada a sustentar a demanda doméstica em vez das reformas", trouxe em relatório.
Pequim não deve anunciar sua meta para 2015 antes de março.