Bancos, siderúrgicas e Vale puxam alta de 1,02% do Ibovespa
Após 3 quedas consecutivas, Índice Bovespa fecha em alta, mesmo com baixa de Petrobras
A Bovespa fechou no azul nesta terça-feira, apoiada por ações de bancos, da Vale, de siderúrgicas, que compensaram a pressão do setor de educação e de Petrobras, que refletiu a queda do petróleo e dados fracos nos Estados Unidos.
Após três pregões no vermelho, o Ibovespa subiu 1,02%, a 48.000 pontos, próximo da máxima de 48.061 pontos. Na mínima, chegou a cair 0,38%. O volume financeiro totalizou R$ 7,7 bilhões.
A alta do minério de ferro e expectativas de investimentos em infraestrutura na China, um dia após dados fortes de exportações brasileiras de minério, beneficiaram Vale, enquanto especulações sobre recomposição no preço e movimentos técnicos impulsionaram as siderúrgicas.
Gerdau disparou 11%, com profissionais do mercado citando relatório do Goldman Sachs comentando que a empresa planeja cortar despesas, além de analisar cenários para mudança de preços de produtos no primeiro trimestre.
O BTG Pactual, afirmou em nota aos seus clientes ter dúvidas sobre reajustes de preços. Mas alguns operadores confirmaram informações de aumento. "Conversando com a Gerdau, o prêmio para o vergalhão no Brasil está abaixo de 5% e, teoricamente, caberia um aumento nas próximas semanas", disse o BTG.
Ações com forte participação no Ibovespa como as dos bancos Itaú e Bradesco e da gigante de bebidas Ambev também deram suporte ao índice.
Contrapeso da Petrobras
Petrobras chegou a operar no azul, mas sucumbiu à queda expressiva do petróleo. Profissionais também citaram matéria da agência Bloomberg de que a empresa considera cortar os preços da gasolina para se proteger de competidores.
Em nota a clientes, o HSBC lembrou que o prêmio dos combustíveis no Brasil em relação ao preço no mercado externo está em 60% para gasolina e 49% para o diesel.
"Vemos dois pontos principais com essa situação. Poderíamos começar a ver alguns volumes importados de distribuidores de combustíveis, apesar dos gargalos de infraestrutura. Além disso, acreditamos que isso começa a chamar a atenção do governo para a possibilidade de reduzir os preços de refinaria para que a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) seja elevada sem impacto sobre os preços na bomba e nas taxas de inflação."
O mercado também segue na expectativa pelo resultado do terceiro trimestre da Petrobras, que está no centro de um escândalo de corrupção. A preferencial caiu 3,25%, na mínima desde setembro de 2004, enquanto a ordinária cedeu 2,54%, no piso desde maio de 2004.
Incertezas sobre a política de preços da estatal do petróleo também pressionou as ações do grupo de energia e infraestrutura Cosan, que terminaram em baixa de 3,94%.
Educação em queda
As ações do setor de educação voltaram a cair, em meio às mudanças nas regras de programas voltados ao financiamento do ensino superior, com Kroton e Estácio entre as maiores perdas do Ibovespa. Fora do índice, Anima Educação caiu 14,2% e SER Educacional perdeu 12,9%.
Outro destaque negativo foi JBS, maior produtora global de carnes, em baixa de 2,2%, após reportagem de um jornal ligando a controladora da empresa à operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras. A J&F Investimentos, controladora da JBS, negou qualquer conexão com a Operação Lava Jato.
Oi desabou 16,7%. A Portugal Telecom SGPS, uma das principais acionistas da operadora brasileira, foi alvo de buscas policiais dentro de um inquérito sobre fraude qualificada.
Fora do Ibovespa, Eletropaulo avançou 3,6% por após liminar livrar a empresa de ter que devolver cerca de R$ 626 milhões a consumidores. A Aneel ainda definiu novo índice de reajuste tarifário anual para a empresa.
Em Wall Street, os principais índices estendiam a queda da véspera, com dados mostrando que o ritmo de expansão da economia norte-americana desacelerou.
A queda do petróleo colocava os papéis de energia entre as principais baixas.