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Basf vai reduzir produção de amônia com crise de oferta de gás natural russoRO

27 jul 2022 - 14h03
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Rio de Janeiro, 27 - A fabricante alemã de produtos químicos Basf afirmou nesta quarta-feira que vai reduzir a produção de amônia, ingrediente de fertilizantes, à medida que busca conter o uso de gás natural depois que a Rússia suprimiu os fluxos para a Europa. Moscou começou a diminuir o fornecimento para cerca de 20% da capacidade através do gasoduto Nord Stream, o maior elo de gás russo para a Europa. As reduções complicam os esforços do continente para armazenar gás suficiente antes do inverno, aumentando o espectro para a indústria de racionamento.

Os membros da União Europeia concordaram nesta semana com cortes radicais no consumo de gás natural, pedindo aos países que reduzam voluntariamente o uso de gás em 15% a partir de agosto. Para a Basf, os cortes de oferta e os preços mais altos carregam um fardo pesado, pois o combustível é utilizado tanto para gerar energia quanto como matéria-prima para os produtos. A multinacional alemã disse nesta quarta-feira que reduziria sua produção de amônia, para a qual o gás natural é necessário, em uma tentativa de reduzir sua demanda.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o gás pode representar até 85% do custo de produção de amônia, ingrediente chave para a produção de diversos tipos de fertilizantes. "A amônia está em uma situação difícil", disse o presidente executivo da Basf, Martin Brudermüller. "A disponibilidade de fertilizantes no próximo ano pode ser pior. Os preços dos fertilizantes estão subindo vertiginosamente.

Segundo o executivo, isso pode significar colheitas mais fracas no próximo ano. Essa situação seria especialmente desafiadora para os países mais pobres no fim da cadeia de fornecimento de alimentos.

A empresa, responsável por até 4% da demanda de gás na Alemanha, informou estar comprando amônia extra de fornecedores externos para ajudar a mitigar os riscos. A diminuição do fornecimento de gás russo representa uma ameaça ao seu centro de fabricação em Ludwigshafen, na Alemanha, maior complexo integrado de produtos químicos do mundo. Se o fornecimento de gás cair significativamente abaixo de 50% da demanda máxima de Ludwigshafen por um período sustentado, ela teria de interromper a produção.

Brudermüller disse que a Basf espera continuar operando no local com carga reduzida, mesmo no caso de medidas de racionamento de gás pelo governo alemão. A companhia também está se preparando para trocar o óleo combustível por gás tanto quanto possível. O presidente executivo da empresa alemã afirmou que a produção de energia e vapor em Ludwigshafen pode ser parcialmente mudada para óleo combustível, o que substituiria cerca de 15% da demanda de gás.

No entanto, as medidas de economia de gás na indústria química são limitadas pela tecnologia atual. Mudar para fontes renováveis no fornecimento de energia e usar matérias-primas de biocombustíveis, incluindo biometano, não será capaz de substituir os combustíveis fósseis em grande escala em breve, disseram analistas. A Basf disse que, se a Rússia cortar ainda mais o fornecimento de gás para a Europa, procurará compensar sua perda de produção europeia aumentando os locais fora do continente. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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