BC: Brasil seguirá robusto independente de nota de agência
País continuará respondendo "de forma clássica e robusta" aos desafios apresentados pelo quadro internacional, disse a autoridade monetária
O Banco Central afirmou nesta terça-feira que o Brasil tem respondido e continuará respondendo "de forma clássica e robusta" aos desafios apresentados pelo quadro internacional, independentemente da avaliação da agência de classificação Standard & Poor's, que cortou o rating brasileiro na véspera.
Em nota, o BC destacou que essa resposta combina "austeridade na condução da politica macroeconômica, flexibilidade cambial e utilização dos colchões de proteção acumulados ao longo do tempo (reservas de liquidez) para suavizar os movimentos nos preços dos ativos."
Na segunda-feira, a S&P cortou a nota da dívida brasileira para "BBB-", a faixa mais baixa da categoria de grau de investimento, ante "BBB", com perspectiva estável.
A agência argumentou que o movimento se deu pela "combinação da deterioração fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal continuará fraca diante de um baixo crescimento nos próximos anos, de uma capacidade reduzida para ajustar suas políticas antes das eleições presidenciais, e do ligeiro enfraquecimento das contas externas do Brasil".
O BC ainda afirmou que o Brasil tem capacidade de atravessar a nova fase de normalização das condições financeiras globais com segurança, e destacou que o Brasil vem recebendo fluxos de capital nos últimos meses, que refletem em grande parte as políticas em curso.
"A qualidade das políticas em vigor deve manter o País bem preparado para o novo cenário internacional que se desenha", completou o BC.
Vulnerabilidade
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, já havia defendido que o país tem fundamentos sólidos, como elevadas reservas internacionais, ao participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.
"Com todos esses sólidos fundamentos, não há que se falar em fragilidade ou vulnerabilidade da economia brasileira", afirmou ele na ocasião, já falando que o Brasil responde de "forma clássica, técnica" à transição na economia mundial. Ele reforçou que a política monetária está sendo apertada para fazer a inflação convergir para a trajetória de metas e que o câmbio flutuante é a "primeira linha de defesa contra choques externos".
Ele também vem ressaltando as entradas líquidas de recursos no país para afirmar que a economia brasileira continua sólida. Só em março, até o dia 20, o Brasil registrou entrada líquida de moeda estrangeira no valor de 5,095 bilhões de dólares.
De olho na retomada da confiança, o governo anunciou nova meta de superávit primário para 2014 de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estados).