BC: crise da moeda argentina não deve afetar o Brasil
O Banco Central (BC) acompanha atentamente as condições econômicas na Argentina, que passa por crise cambial, disse o chefe adjunto do Departamento Econômico da instituição, Fernando Rocha. “A Argentina é um importante destino das exportações brasileiras e o Banco Central acompanha atentamente o desenvolvimento das condições econômicas gerais”.
Ao ser questionado se o BC pretende agir contra algum “contágio” da crise no Brasil, Rocha disse que eventuais ações serão comunicadas pela diretoria. Ele acrescentou que a economia brasileira tem fundamentos externos sólidos, “traduzidos na magnitude das reservas internacionais” e lembrou que o Brasil é credor líquido em moeda estrangeira.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o peso argentino sofreu forte desvalorização. No câmbio oficial, o dólar chegou a ser vendido a oito pesos (12% mais caro que na véspera). Somente em janeiro, a moeda argentina perdeu 22,7% de seu valor. Foi a maior desvalorização registrada em um mês, desde março de 2002, quando o país saía da pior crise de sua história recente.
Nesta sexta-feira, o governo da Argentina anunciou o relaxamento de medidas de restrição à compra de dólares e de outras moedas estrangeiras. De acordo com o governo, as medidas de controle, que haviam sido impostas para operações de câmbio, serão flexibilizadas a partir da próxima segunda-feira, dia 27. A compra de dólares para poupança na Argentina estava bloqueada desde 2011.