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BC fará leilões extras de swap cambial para conter efeitos de demanda relacionada a "overhedge"

24 set 2021 - 18h24
(atualizado às 19h00)
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O Banco Central informou nesta sexta-feira que realizará a partir do próximo dia 27, às segundas e quartas-feiras, leilões de swap cambial tradicional com o objetivo de manter o funcionamento regular do mercado de câmbio, de olho na demanda por moeda relacionada ao desmonte pelos bancos de uma proteção cambial adicional ("overhedge").

Sede do Banco Central em Brasília
29/10/2019
REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A frequência de realização dos leilões, bem como a quantidade de contratos objeto de cada oferta, poderão passar por ajustes, a critério do BC", disse o BC em nota em seu site.

Conforme comunicado no BC Correio, já na segunda será ofertado lote de até 14 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente a 700 milhões de dólares. A operação ocorrerá entre 10h30 e 10h40, e os contratos serão distribuídos entre os vencimentos 1º de junho de 2022 e 1º de setembro de 2022.

O BC manterá, ao mesmo tempo, as rolagens de papéis a vencer. No mesmo dia 27, mas entre 11h30 e 11h40, a autoridade monetária conduzirá leilão de venda de até 15 mil contratos de swap (750 milhões de dólares) para rolagem do vencimento 1º de dezembro de 2021. O lote será distribuído entre os prazos 1º de fevereiro de 2022 e 1º de julho de 2022.

O anúncio dos leilões adicionais de swap cambial veio exatamente dez dias depois de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dizer que a instituição provavelmente teria que atuar no câmbio por causa de demanda associada ao desmonte do "overhedge". Campos Neto classificou essa maior busca por dólares como questão técnica pontual em torno da virada do ano.

Mantido o ritmo de oferta e venda de 14 mil novos contratos de swap cambial dois dias por semana até a conclusão do ano, o BC terá injetado no sistema pelo menos 18 bilhões de dólares, 3 bilhões de dólares a mais que a estimativa que circula no mercado, em torno de 15 bilhões de dólares em compra líquida de moeda.

No fim do ano passado, o volume estimado de compra de dólar relacionada ao "overhedge" ficou entre 15-16 bilhões de dólares.

O "overhedge" é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo de 2020, em regras tributárias. Desfazer o "overhedge" implica compra de dólares.

Desta vez, a comunicação do BC sobre a oferta adicional de liquidez pareceu mais calculada e veio de forma antecipada. Em 6 de novembro de 2020, o dólar despencou quase 3%, depois de o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, dizer que o mercado precisaria ser "espesso, grosso o suficiente" para aguentar a forte compra líquida de moeda e que, nesse contexto, o BC precisaria "dar alguma ajuda".

Na mesma data, o BC divulgou nota na qual afirmou que não antecipava decisões sobre intervenções nos mercados financeiros. Em 30 de novembro, o BC aumentou o volume ofertado em leilão de rolagem de swap cambial tradicional para a sessão seguinte, o que foi entendido como sinal de que haveria reforço na disponibilidade de liquidez e oficialização da fala anterior de Kanczuk.

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