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BC mantém Selic em 10,5% ao ano pela 2ª vez seguida em decisão unânime; Lula volta a cobrar corte

Segundo o Copom, resultado é fruto do cenário global incerto e da elevação das expectativas de inflação

31 jul 2024 - 18h49
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BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve, pela segunda vez seguida, a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, em decisão unânime. A manutenção se deu, segundo o Copom, pelo cenário global incerto e pela elevação das expectativas de inflação.

Edifício sede do Banco Central do Brasil
Edifício sede do Banco Central do Brasil
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado / Estadão

O resultado era amplamente esperado pelo mercado, diante do aumento das expectativas de inflação e de incertezas sobre a condução da política fiscal pelo governo Lula. Nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que resiste à agenda cobrada pelo mercado de corte de gastos públicos, voltou a pressionar o BC pela retomada da queda dos juros.

"Hoje, temos o menos nível de desemprego, a inflação está controlada; só falta a gente reduzir a taxa de juros, que não depende só do governo, mas que a gente vai conseguir também", declarou o petista em um evento no Mato Grosso poucos minutos antes do anúncio da decisão do Copom.

Porém, como mostrou o Estadão/Broadcast, vem crescendo na avaliação de economistas - embora ainda não seja o cenário base - a possibilidade de a taxa de juros voltar a subir ainda este ano.

Desde a última reunião do Copom, de 19 de junho, quando interrompeu o ciclo de cortes e manteve a Selic em 10,5%, as projeções do mercado financeiro para o IPCA de 2024 subiram de 3,96% para 4,10%, enquanto as estimativas para 2025 - mais relevantes para a decisão do Banco Central, que olha a inflação entre 12 meses a 18 meses à frente - saltaram de 3,84% para 3,95%.

Juros reais

Com a decisão de hoje, o Brasil passa a ter um juro real (descontada a inflação) de 7,36%, o terceiro maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás apenas da Turquia (12,13%) e Rússia (7,55%).

A média das 40 economias pesquisadas é de 0,63%. Segundo o BC, o juro neutro brasileiro, que não acelera nem alivia a inflação, é de 4,75%.

Edifício sede do Banco Central do Brasil
Edifício sede do Banco Central do Brasil
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado / Estadão
Estadão
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