BC recua em aumento de salário do presidente de R$ 17 mil para quase R$ 31 mil, alta de 78,5%
Aumento também valeria para os diretores do Banco Central, que ganham o mesmo valor; proposta ainda precisa de aval do governo para ser enviada ao Congresso
BRASÍLIA - O Banco Central (BC) recuou da proposta enviada ao Ministério da Economia de reajustar o salário do presidente do órgão em 78,53%, dos atuais R$ 17.327,65 para R$ 30.934,70. O reajuste constava em minuta de Medida Provisória (MP), obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, que ainda precisava do aval do governo para ser enviada ao Congresso. Depois da divulgação, o BC afirmou que a proposta tinha "incosistências" e a retirou do sistema do Ministério da Economia.
A remuneração do presidente do BC era equivalente à de um ministro de Estado antes de passar a valer a autonomia do BC, em fevereiro de 2021. A partir daí, caiu para R$ 17,3 mil e agora a proposta era de elevar para o mesmo patamar de um ministro novamente, de R$ 30,9 mil.
O texto também reajustava os salários dos demais diretores em 69,6%, dos atuais R$ 17.327,65 para R$ 29.387,96. Além dos aumentos para a diretoria colegiada, a MP garantiria uma elevação de 22% nas remunerações dos técnicos e analistas do BC.
Com a reestruturação proposta, o salário inicial dos técnicos chegaria a R$ 8.885,64 e no fim de carreira a R$ 15.267,79. No caso dos analistas, que passam a ser chamados de auditores, a remuneração de entrada começaria em R$ 22.420,41 e, em fim de carreira, totaliza R$ 33.391,00.
O BC também propôs a criação de um bônus de produtividade, tecnicamente definido como Retribuição por Produtividade Institucional, que seria pago aos servidores ativos e aposentados, que depende de regulamentação da Diretoria Colegiada do BC. Enquanto o regulamento não fosse editado, os auditores receberiam R$ 1.000 e os técnicos R$ 600 a título de bonificação.