BC reduz alta do PIB para 0,7% e inflação a 6,3% neste ano
Órgão ainda vê IPCA com alta de 5,8% em 2015, acima do centro da meta, de 4,5%
Ao mesmo tempo em que vê a economia crescendo menos neste ano, o Banco Central praticamente manteve seu cenário de inflação pressionada e próxima do teto da meta oficial, sinalizando que não deve mexer na taxa básica de juros tão cedo.
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Para este ano, a autoridade monetária calcula que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será de 0,7%, ante 1,6% calculado até então, segundo seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta segunda-feira.
E a recuperação tende a ser comedida. Em 12 meses até o segundo trimestre de 2015, a estimativa do BC é de que a atividade cresça 1,2%.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, o BC reduziu ligeiramente sua projeção para este ano, com alta de 6,3% pelo cenário de referência, ante 6,4% A meta oficial é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O BC vê ainda alta de 5,8% do índice em 2015, um pouco acima da projeção anterior (5,7%), recuando para 5% no terceiro trimestre de 2016.
"O Comitê reafirma sua visão de que, mantidas as condições monetárias - isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária -, a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção", escreveu o BC no relatório, repetindo a visão que já havia sido colocada em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e que levou boa parte dos especialistas a entender que a autoridade monetária não quer elevar a Selic para não prejudicar a economia.
Depois de adotar um ciclo de aperto monetário que durou um ano e levou a Selic para o atual patamar de 11% ao ano, desde maio passado o BC não mexe na taxa básica de juros.
Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 11 passado, o BC passou a ver que a inflação não é mais "resistente", mantendo a visão no relatório divulgado mais cedo.
A aposta generalizada dos agentes econômicos é de que o BC não muda a taxa de juros pelo menos até o fim de 2014. Em 12 meses até agosto, último dado disponível, o IPCA havia estourado o teto do objetivo, com alta acumulada de 6,51%.
"Apesar de a inflação ainda se encontrar elevada, pressões inflacionárias ora presentes na economia tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotar ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Em prazos mais curtos, some-se a isso o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário", afirmou o BC pelo relatório.