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BC reduz projeção do PIB e vê inflação quase no teto da meta

Atividade econômica deve ter expansão de 1,6% neste ano, estima a autoridade monetária do País

26 jun 2014 - 09h13
(atualizado às 09h55)
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Ao mesmo tempo que passou a ver a economia crescendo menos neste ano, com contratação da indústria, o Banco Central piorou suas contas sobre a inflação para 2014 e 2015, mas argumentou que os preços entrarão em convergência para a meta à frente.

O Banco central deve anunciar uma nova redução de seu programa de intervenção cambial, na esperança de que a recente trégua nos mercados globais o ajude na tarefa sem causar muita instabilidade no câmbio. 15/01/2014
O Banco central deve anunciar uma nova redução de seu programa de intervenção cambial, na esperança de que a recente trégua nos mercados globais o ajude na tarefa sem causar muita instabilidade no câmbio. 15/01/2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

"(O BC) antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias, tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção", afirmou o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano foi a 1,6%, ante 2%. O BC passou a ver a indústria contraindo 0,4% em 2014, bem pior do que a estimativa de expansão de 1,5% vista até então.

Segundo a autoridade monetária, essa piora veio da revisão nas estimativas de crescimento da produção da indústria de transformação (de 0,5% para -1,9%) e da construção civil (de 1,1% para -2,2%).

Sobre a inflação, o BC vê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 6,4% neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,1%, praticamente no teto da meta do governo - de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Com isso, o BC passou a ver chances praticamente iguais de a inflação estourar ou não o teto da meta neste ano. Segundo o relatório, a possibilidade de ficar acima do limite está em torno de 46%, frente aos 38% no documento anterior.

O BC vê ainda alta de 5,7% do índice em 2015, um pouco acima da projeção anterior, 5,5%, e de 5,1% no segundo trimestre de 2016.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada no início do mês, o BC já havia sinalizado que o ritmo de expansão da atividade neste ano tendia "a ser menos intenso este ano, em comparação ao de 2013".

No mês passado, o BC encerrou o ciclo de aperto monetário, que durou um ano e tirou a Selic na mínima histórica de 7,25% para o atual patamar de 11%. Mas, apesar do movimento, a inflação continua em patamares elevados.

O BC têm argumentado que a recente inflação dos alimentos é temporária, balizando a decisão de parar de subir os juros. Mas, por outro lado, demonstra preocupação com a inflação dos preços administrados, com previsão de 5% neste ano.

"O Copom avalia que pressões inflacionárias ora presentes na economia - a exemplo das decorrentes do realinhamento de preços administrados em relação aos livres; do realinhamento de preços domésticos em relação aos externos; e de ganhos salariais incompatíveis com ganhos de produtividade - tendem a arrefecer ou, até mesmo, a se esgotarem ao longo do horizonte relevante para a política monetária", informou o BC pelo relatório.

A economia brasileira iniciou o ano desacelerando, com o PIB crescendo apenas 0,2% no primeiro trimestre, afetada pelo mau desempenho da indústria e dos investimentos.

Segundo a pesquisa Focus do BC, a expectativa dos economistas é de expansão de 1,16% do PIB neste ano, muito aquém dos 2,5% vistos em 2013.

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