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BC reduz Selic a 7,5% ao ano e sinaliza cortes moderados

25 out 2017 - 19h00
(atualizado em 26/10/2017 às 10h17)
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Sede do Banco Central em Brasília, no Brasil
16/05/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Sede do Banco Central em Brasília, no Brasil 16/05/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O Banco Central desacelerou o passo e reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 7,5% ao ano, deixando a porta aberta para novos e menos intensos cortes à frente.

"Para a próxima reunião (em dezembro), caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária", informou o BC, retirando do comunicado a menção ao "encerramento gradual do ciclo" de afrouxamento monetário.

O BC havia reduzido os juros em 1 ponto percentual em suas últimas quatro reuniões. Em pesquisa Reuters, 53 de 54 analistas consultados previam que o corte desta vez seria menor, de 0,75 ponto. Esse foi o nono corte consecutivo na Selic, que a levou ao nível mais baixo desde abril de 2013.

Desde o início do mês passado, o BC vinha apontando que o Comitê de Política Monetária (Copom) antevia o encerramento gradual do ciclo.

"A gente está vendo um cenário relativamente tranquilo para inflação, em que pese o susto do aumento da energia elétrica", afirmou o economista do banco Santander Luciano Sobral, para quem a Selic irá a 6,75% em fevereiro.

No comunicado, o BC elevou marginalmente a projeção de inflação pelo cenário de mercado a 3,3% em 2017, ante 3,2% em sua última estimativa, feita em setembro no relatório trimestral de inflação. Para 2018 e 2019, a perspectiva foi mantida em 4,3% e 4,2%, respectivamente.

A meta de inflação para este ano e o próximo é de 4,5% pelo IPCA, caindo a 4,25% em 2019, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Apesar das expectativas de inflação bastante comportadas, os preços administrados têm pressionado os preços nos últimos tempos, em especial os de combustíveis e da energia elétrica.

Na véspera, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou importantes mudanças nas bandeiras tarifárias, que elevam custos quando a oferta de eletricidade é menor, e os consumidores deverão sentir impactos já em novembro, com elevação nas contas de luz.

Corte ou cortes?

Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo BC junto a uma centena de economistas todas as semanas, a expectativa era de que a Selic vá a 7% no fim deste ano e do próximo, que já seria seu menor patamar histórico, hoje de 7,25%.

Com a inflação projetada abaixo do centro da meta para 2017 e 2018 e pouco pressionada pela ainda lenta retomada da economia, uma parte dos analistas já enxergava a possibilidade de a Selic ir abaixo dos 7%, com o atual ciclo de reduções entrando em 2018.

E, segundo parte dos analistas, o BC deixou a porta aberta para isso agora. "Agora estamos adicionando outro corte de 50 pontos base em fevereiro no próximo ano, seguindo a redução de 50 pontos que esperamos na reunião de 6 de dezembro. Isso levaria o nível final da taxa Selic neste ciclo para 6,50%", escreveram em nota os economistas do JP Morgan Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira.

No entanto, há posturas mais cautelosas também.

"Acho que vai ser unânime no mercado nova redução em dezembro. A Selic com certeza fecha o ano a 7%", disse o economista do UBS Fabio Ramos, para quem o atual ciclo de afrouxamento acaba neste ano.

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