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BC resiste a pressões do governo, mantém juro a 13,75% pela 5ª vez seguida e não descarta nova alta

Em nota, Copom afirma que 'não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado'; estabilidade da Selic era esperada pelo mercado

22 mar 2023 - 18h43
(atualizado às 20h02)
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BRASÍLIA - Em meio às pressões do governo Lula pela queda nos juros, mas ainda no escuro em relação à proposta da equipe econômica de novo arcabouço fiscal para o País, o Banco Central seguiu o plano de voo e manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quinta vez seguida.

BRASILIA DF 13-04-2020 ECONOMIA NEGOCIOS LINK SEDE BANCO CENTRAL Ediffcio-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasilia, em outubro de 1967 FOTO Marcello Casal Jr - Agecia Brasil
BRASILIA DF 13-04-2020 ECONOMIA NEGOCIOS LINK SEDE BANCO CENTRAL Ediffcio-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasilia, em outubro de 1967 FOTO Marcello Casal Jr - Agecia Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

O comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) não trouxe nenhuma menção ao início de um ciclo de redução dos juros. Em um texto curto, o comitê destacou a deterioração das expectativas de inflação para prazos mais longos e voltou a citar a possibilidade inclusive de voltar a aumentar a Selic.

O órgão enfatizou que incertezas forçam o BC a continuar vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. Diferentemente do comunicado anterior, porém, a autoridade monetária não citou dessa vez a possibilidade de estacionar a Selic por mais tempo que o previsto em seu cenário de referência.

"O comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos. O comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", afirma o comunicado.

A segunda manutenção da Selic pelo Copom neste ano era consenso no mercado financeiro diante da estratégia anunciada pelo órgão de estabilidade da taxa por um período "suficientemente prolongado". Os juros estão no maior nível desde janeiro de 2017. Conforme pesquisa do Estadão/Broadcast, todas as 45 instituições financeiras consultadas esperavam a estabilidade em 13,75% ao ano.

No último Boletim Focus, as projeções eram de 5,95% para 2023, bastante acima do teto da meta de 4,75%, o que aponta para três anos seguidos de descumprimento pelo BC de seu mandato principal, após 2021 e 2022.

Para 2024, a previsão de mercado é de 4,11%, bem mais alta do que o alvo central de 3,00%, mas aquém do limite superior de 4,50%. Para 2025 e 2026, as projeções estavam em 3,90% e 4,00%%. A meta para 2025 é de 3,00% e, para 2026, o objetivo inflacionário ainda não foi definido.

Entenda o impacto

O Copom calibra a taxa de juros para o controle da alta de preços. Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores.

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Por outro lado, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures (títulos de empresas), passam a render mais.

Juro real

Mesmo com a estabilidade da taxa Selic pela quinta reunião consecutiva, o Brasil continua a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista com 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 6,94% ao ano.

Em segundo lugar na lista que considera as economias mais relevantes, aparece o México (6,05%), seguido do Chile (4,92%). A média dos 40 países avaliados é de -1,92%.

Estadão
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