BC vende US$7 bi em nova intervenção no câmbio, totalizando US$27,77 bi desde a semana passada
O Banco Central vendeu mais 7 bilhões de dólares em três leilões realizados nesta sexta-feira, sendo 3 bilhões à vista e 4 bilhões com compromisso de recompra, em mais um dia de forte intervenção no mercado de câmbio pela autarquia que, assim como na véspera, ajudava a derrubar o dólar na sessão.
As operações já haviam sido anunciados na véspera e o BC obteve o valor máximo que buscava vender em cada uma delas.
A autarquia agora totaliza 27,77 bilhões de dólares vendidos (16,77 bilhões de dólares à vista e 11 bilhões de dólares com data de recompra) desde a semana passada, quando começou a intervir no mercado em meio à forte desvalorização do real decorrente de receios fiscais dos investidores.
No primeiro leilão desta sexta, entre 9h15 e 9h20, a autoridade monetária vendeu 3 bilhões de dólares à vista, aceitando 8 propostas com um diferencial de corte de 0,000100.
Mais tarde, no leilão de linha A, o BC vendeu 2 bilhões de dólares com data de recompra no dia 2 de julho de 2025, aceitando cinco propostas, entre as 10h20 e 10h25, a uma taxa de corte de 6,170000%.
No leilão de linha B, no entanto, o BC disse que não aceitou nenhuma proposta entre 10h40 e 10h45 para a data de recompra de 2 de outubro de 2025 por "problemas no sistema", anunciando logo depois um novo leilão para entre 11h20 e 11h25 com mesmo valor e data de recompra, que também foi cancelado pela mesma razão.
Em uma terceira tentativa, entre 12h30 e 12h35, a autarquia finalmente vendeu mais 2 bilhões de dólares com a mesma data de recompra das operações canceladas, aceitando 2 propostas com a taxa de corte de 6,212000%.
Assim como na sessão anterior, quando a injeção de 8 bilhões de dólares à vista contribuiu para uma forte queda do dólar, a nova intervenção do BC ajudava a valorizar a moeda brasileira ao longo do pregão.
Às 13h04, o dólar à vista caía 0,63%, a 6,0855 reais na venda, ampliando as perdas depois da forte baixa de 2,29% do dia anterior.
Em coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação na véspera, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, reiterou que as atuações no câmbio visam mitigar disfuncionalidades do mercado.
De acordo com ele, o movimento recente de desvalorização do real pode ser explicado por uma saída atípica de recursos do país neste fim de ano, fruto de uma maior remessa ao exterior de lucros de empresas, com o BC buscando contrabalançar esse fluxo de saída.