BCE não pode ser leniente com forças inflacionárias estruturais, diz Nagel
Mudanças estruturais profundas na economia da zona do euro podem impulsionar a inflação nos próximos anos, mas o Banco Central Europeu (BCE) ainda não deve tolerar um aumento mais rápido dos preços, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta terça-feira.
A inflação ficou abaixo de 2% durante a maior parte da década passada, mas economistas argumentam que é improvável que esses níveis ultrabaixos retornem, mesmo depois que o banco central controlar o rápido salto atual dos preços.
Nagel disse que a maior resiliência da cadeia de oferta, que tem um custo, a iminente escassez de mão de obra em meio a um declínio demográfico e a transição ecológica podem impulsionar os preços.
"Para melhorar a resiliência, alguma forma de redução de riscos parece razoável, especialmente no caso de bens estrategicamente importantes", disse Nagel em um discurso. "Devemos ter em mente que uma maior segurança para as cadeias de oferta provavelmente virá com algumas pressões adicionais sobre os preços."
O mercado de trabalho da Alemanha também é uma questão e Nagel estimou a força de trabalho em potencial cairá em 80 mil por ano a partir de 2026, colocando pressão de alta nos salários e portanto nos preços.
Ainda assim, Nagel disse que essas mudanças inevitáveis não devem aumentar a tolerância do BCE em relação à inflação, que agora tem como meta 2% ao ano.
"Uma coisa é certa: nosso mandato é a estabilidade de preços!", disse ele. "Se houver mais pressão de preços no médio prazo, devemos tomar medidas contra isso... a estabilidade dos preços é um pré-requisito para um processo de ajuste eficiente."