BCE observará atentamente risco de inflação ficar abaixo da meta, diz Villeroy
O Banco Central Europeu não está atrasado na redução da taxa de juros, mas deve estar atento ao risco de a inflação ficar abaixo de sua meta e de deprimir o crescimento de forma desnecessária, disse o presidente do banco central da França, Francois Villeroy de Galhau, nesta sexta-feira.
O BCE já cortou os juros três vezes este ano e os investidores preveem mais reduções em todas as reuniões da instituição até junho do próximo ano, o que levaria a taxa de depósito de 3,25% para pelo menos 2%, mas possivelmente ainda mais baixa.
Entretanto, a atividade empresarial anêmica, conforme demonstrado pela divulgação nesta sexta-feira de uma pesquisa decepcionante, reforça o argumento de que o BCE pode precisar acelerar o afrouxamento da política monetária e pode até mesmo ter que fornecer estímulos para sustentar a economia.
"Hoje não estamos atrás da curva", disse Villeroy em Frankfurt. "A economia europeia está alcançando um pouso suave."
Villeroy reconheceu que há riscos para as perspectivas e disse que as autoridades precisam garantir que os juros não permaneçam muito altos por muito tempo.
"Prestaremos muita atenção ao equilíbrio dos riscos e à sua simetria, incluindo o possível risco de a inflação ficar abaixo da meta e de mantermos a atividade econômica desnecessariamente moderada", acrescentou.
Um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em 12 de dezembro estava amplamente precificado até a divulgação dos números de PMI nesta sexta-feira, com os mercados agora vendo 50% de chance de um corte de 50 pontos, devido ao aumento dos temores de recessão.
No entanto, os membros frequentemente apontam que as pesquisas têm pintado um quadro mais negativo sobre a situação econômica, enquanto os dados concretos têm sido mais benignos.
A inflação, que atingiu 1,7% recentemente na base anual, também deve voltar a ultrapassar 2% neste mês, o que torna um corte maior um desafio de comunicação.
Ainda assim, Villeroy argumentou que a inflação está bem encaminhada para voltar à meta e poderá atingir 2% em uma base sustentável bem antes do previsto pela última projeção do BCE.
"Devemos até chegar lá antes do esperado em 2025, em comparação com nossas previsões de setembro."