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Black Friday deste ano deve movimentar R$ 3,27 bilhões

Segundo CNC, vendas devem ter alta real de 2,2% em relação a mesma data de 2017

20 nov 2018 - 04h11
(atualizado em 21/11/2018 às 17h56)
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O comércio varejista deve movimentar R$ 3,27 bilhões em vendas durante as promoções da Black Friday deste ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se a previsão se confirmar, o aumento será de 2,2% em relação às vendas da mesma data no ano passado, já descontada a inflação.

O mês de novembro para o varejo brasileiro, até 2010, era considerado fraco pelos varejistas. A partir da difusão da Black Friday, o mês que antecede o Natal passou a apresentar todos os anos, desde então, um pico de vendas, consolidando o "evento", que neste ano se dará na próxima sexta-feira, dia 23.

As promoções da data passaram a fazer diferença no varejo principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, utilidades domésticas, móveis, eletrodomésticos, livrarias e papelarias. Em 2010, o varejo movimentou R$ 1,88 bilhão na data. Nos anos seguintes, mais setores passaram a aderir a às promoções, ampliando as opções de desconto para os consumidores.

De acordo com o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, ainda falta engajamento das lojas de roupa. "A Black Friday vem ganhando volume ano a ano, porque alguns setores do varejo demoraram um pouco para embarcar nas promoções da data. As vendas cresceram mais naqueles segmentos em que o varejo eletrônico é um pouco mais forte. O varejo de vestuário até está online, mas é muito pulverizado", explicou.

Para Túlio Saraval, sócio diretor da Sorocred, empresa de cartões de crédito, o aumento no faturamento e nas vendas também se deve, em parte, à recuperação da confiança do consumidor. "O cliente precisa estar confiante de que não vai perder seu emprego, que sua situação está estabilizada ou melhorando. Em outubro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas avançou 4,0 pontos, o que aponta que o consumidor está mais confiante e esperançoso quanto aos próximos meses. Isso tem um impacto direto nas vendas", afirma Saraval.

Fique de olho

Para quem está querendo aproveitar as promoções, Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), diz que novembro já não é o melhor mês para garimpar preços. Segundo ela, a pesquisa feita hoje já está muito comprometida, pois nessa época os preços podem ter sido artificialmente elevados para simular descontos.

De acordo com a economista, para quem se planeja com antecedência de pelo menos três meses, a Black Friday pode ser uma boa oportunidade de negócios. Sem o monitoramento de preços prévios, no entanto, é difícil fazer bons negócios.

Ione Amorim acrescenta, ainda, que o efeito manada na hora das compras pode levar o consumidor ao sentimento de "estar perdendo alguma coisa", o que resulta em compras por impulso: "Muitas vezes a pessoa está comprando algo que ela não tem nenhuma necessidade, mas ela foi psicologicamente estimulada."

Acesso liberado

O Estado vai liberar aos leitores todo o conteúdo de seu portal durante a edição da Black Friday de 2018, que acontece no dia 23 de novembro. A cobertura especial vai começar na meia-noite do dia 23 e permanecerá até 0h01 de 24 de novembro.

Os leitores vão contar com cobertura em tempo real, transmissões ao vivo dos repórteres da editoria de economia e informações exclusivas desta que é a principal temporada de compras do ano no Brasil, atrás apenas do Natal.

Estadão
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