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Black Friday: site recebe recorde de reclamações em um dia

29 nov 2013 - 04h15
(atualizado às 15h19)
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O site Reclame Aqui, especializado em reclamações de consumidores, criou uma página especial para avaliar os serviços durante a Black Friday, sexta-feira de descontos em lojas de todo o País. Até às 15h10, o site tinha recebido 1.788 denúncias, as principais contra as lojas Extra (357), Ponto Frio (278), Submarino (188). Americanas (148) e Casas Bahia (133). Conforme o site, em seis horas, as três primeiras colocadas no ranking já bateram os próprios recordes de queixas em um dia neste ano. Todas as cinco primeiras ultrapassaram a média de queixas diárias. 

Um ranking, constantemente atualizado durante o dia, funciona como um "termômetro" das empresas com mais acusações. As denúncias giram em torno de problemas como mau atendimento, queda dos sites, propaganda enganosa e "maquiagem de preços" (queixa comum na última edição da Black Friday, quando lojas teriam aumentado preços dias antes para simularem descontos).

O Extra.com.br bateu o seu recorde no ano que era de 135 registrado no dia 25 de fevereiro, diz o site de reclamações. O Ponto Frio - Loja Virtual também bateu as mesmas marcas, superando as 137 reclamações que havia recebido em 27 de setembro. Já as Casas Bahia - Loja Virtual superou por um o recorde de 23 de agosto, chegando a 106 reclamações. Americanas.com  e Submarino estão abaixo de seus recordes no ano, mas bateram as médias diárias. 

Black Friday: "Se você não for o primeiro, será o último", diz americano:

Procurado, o Grupo Pão de Açúcar, responsável pelas lojas virtuais do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, afirmou que pauta suas ações de acordo com a lei e "com premissas que asseguram os direitos e o bom atendimento aos consumidores". "As redes reiteram que as ofertas divulgadas na promoção Black Friday são legítimas e que os sites disponibilizam páginas exclusivas para que os clientes naveguem em produtos participantes dessa promoção. As empresas também oferecem na página de cada produto participante da Black Friday, identificados pelo selo, o Descontômetro, ferramenta que possibilita o cálculo da economia em compras durante o evento, divulgando o histórico de preço daquele produto, em reais. Além disso, as companhias estão com suas Centrais de Relacionamento com o cliente ativas durante as 24 horas do evento, por meio dos canais de atendimento como telefone, chat e televendas. As redes se mantém a disposição pelos telefones: www.extra.com.br: (11) 4003-3383;  www.pontofrio.com.br: 11 4003-8388; e casasbahia.com.br: 11 4003-4336", diz nota. 

A B2W, grupo controlador das lojas virtuais Americanas e Submarino, afirmou por meio de sua assessoria de imprensa à reportagem do Terra que não vai comentar as denúncias. 

Evento

Na quarta edição doméstica da Black Friday, que surgiu no Brasil nas vendas apenas pela Internet, varejistas se aproveitam da data para aumentar prazos das ofertas e estendê-las às lojas físicas, num esforço para antecipar parte das vendas de Natal. Em meio à desconfiança dos consumidores após fraudes no ano passado, as empresas não desanimaram e anunciam descontos de até 95% nesta sexta-feira em produtos que vão de roupa íntima a apartamentos.

A fraude mais comum neste evento são as falsas ofertas, com “maquiagem” de descontos que nunca existiram, conforme ocorreu em edições anteriores. Segundo órgãos de defesa do consumidor, a pesquisa de preços deve acontecer não só no momento da compra, como antes dela, para ter ideia de quanto realmente custava o produto fora da Black Friday.

Para auxiliar o consumidor nesse dia, a Serasa Experian liberou gratuitamente a consulta do CNPJ das empresas entre os dia 29 de novembro e 1 de dezembro. O consumidor pode acessar o site da Serasa e consultar a razão social, ocorrência de protestos, cheques sem fundo, ações judiciais, endereço, falências e a existência legal da empresa com a qual pretende fechar negócio.

Além disso, neste ano surgiram algumas ferramentas que ajudarão o consumidor a não comprar por impulso. Sites como Terra ShoppingZoomJáCotei.com.br e Buscapé Company fazem o monitoramento de preços para garantir que as empresas não aumentem os preços uns dias antes para depois ofertarem os descontos astronômicos na sexta-feira.

Mesmo assim, as perspectivas de crescimento do faturamento com a data ajudam a explicar o interesse. A empresa de pesquisas E-bit estima que o comércio eletrônico irá faturar R$ 390 milhões com o evento, alta de 60% ante igual período de 2012, quando consumidores reclamaram da manipulação de preços para divulgação de descontos artificialmente maiores. A estimativa de crescimento da entidade para o varejo online em 2013 é de 25%.

Desta vez, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Camara-e.net, criou um Código de Ética para o evento prometendo suspender a utilização do seu selo "Black Friday Legal" das redes que desrespeitarem as regras. Fazem parte da iniciativa empresas como Netshoes e Ricardo Eletro. Além disso, empresas sócias do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) se comprometeram com o Procon-SP a solucionar pontos críticos da edição de 2012, como falhas no serviço de atendimento e instabilidade nos sites.

Mais barato

A rede de móveis e eletrodomésticos Magazine Luiza vai oferecer descontos de até 70% para mais de três mil produtos no site, buscando repetir a performance do ano anterior, quando o dia representou sozinho cerca de 20% de suas vendas de novembro. Além disso, as 740 filias das companhia participarão de um Bota Fora "edição Black Friday" até sábado, com descontos menores, de até 50%, mas com condições de pagamento facilitadas para clientes com cartão da loja. "Esta é uma ação muito especial porque já aquece os pontos de venda para o Natal", afirmou Douglas Matricardi, diretor de Operações do Magazine Luiza.

Outras grandes do setor adotaram iniciativas semelhantes: o Walmart começou as promoções nas lojas físicas na quinta-feira, reservando as promoções online para a Black Friday, quando estima vendas até 10 vezes superiores às de um dia normal. A Nova Pontocom, divisão de comércio eletrônico do Grupo Pão de Açúcar, mobilizará seus três sites no evento - CasasBahia.com.br, Extra.com.br e Pontofrio.com. Ao mesmo tempo, os supermercados do Pão de Açúcar vão baixar os preços de produtos como bebidas e chocolates na sexta-feira.

Na avaliação do idealizador da Black Friday no País, Pedro Eugenio, a tendência é que o varejo tradicional participe cada vez mais do evento, com as empresas ampliando a janela de ofertas para conseguir atender a um público maior. Nos Estados Unidos, onde a Black Friday se consolidou como maior evento anual de descontos do comércio varejista, isso já acontece, afirmou ele, em referência ao evento da última sexta-feira de novembro, após o feriado de Ação de Graças.

Entre grandes companhias que também vão participar da Black Friday em suas lojas físicas no Brasil, estão empresas como Fnac e Centauro, de artigos esportivos. A RealtON anunciou descontos de até 30% em apartamentos, o que significaria uma economia de R$ 770 mil em uma cobertura com quatro dormitórios e 335 metros quadrados. O imóvel localizado no Ipiranga, em São Paulo, fica com preço de R$ 2,74 milhões por R$ 1,97 milhão. Segundo o CEO da empresa, Rogério Santos, a expectativa é de vender R$ 25 milhões em imóveis apenas na sexta-feira.

Confira dicas do Procon e da Proteste para evitar problemas durante o Black Friday:

- Atrair o consumidor com ofertas enganosas é uma prática abusiva. Caso encontre ofertas desse tipo, denuncie;
- Verifique os preços cobrados antes do dia marcado para o evento. Isso pode ser feito por meio dos sites das empresas que participarão da Black Friday e de outros fornecedores, inclusive na data da liquidação. Assim, evita-se o risco de cair na armadilha de promoções que não são tão vantajosas como o anunciado;
- Leia a política de privacidade da loja virtual para saber quais compromissos ela assume quanto ao armazenamento e manipulação de seus dados;
- Veja a descrição do produto, compare-o com outras marcas e certifique-se de que ele supre suas necessidades;
-Imprima e/ou salve todos os documentos (telas) que demonstrem a compra e confirmação do pedido (comprovante de pagamento, contrato, anúncios, etc.);
-Procure no site a identificação da loja (razão social, CNPJ, endereço e canais de contato). Caso ocorra algum problema, localizar a empresa será fundamental para a solução. Se o fornecedor não possuir essas informações, escolha outro;
- Evite sites que exibem como forma de contato apenas um telefone celular;
- Prefira fornecedores recomendados por amigos ou familiares;
- Instale programas de antivírus e o firewall (sistema que impede a transmissão e/ou recepção de acessos nocivos ou não autorizados) e os mantenha atualizados em seu computador;
- Nunca realize transações online em lan houses, cybercafés ou computadores públicos, pois estes podem não estar adequadamente protegidos.

Colaboraram com esta notícia os internautas Luiz Cesar, de Itanhaém (SP) e Marlon Avozani, de Panambi (RS), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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