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BNDES anuncia R$ 10,75 bi para obras da CCR na Dutra, seu maior investimento já feito em rodovias

Ao todo, serão investidos R$ 15,5 bilhões na execução de obras nas rodovias Presidente Dutra e Rio-Santos, que estão entre as mais importantes do País

19 jul 2024 - 16h52
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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E BRASÍLIA - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira, 19, que irá destinar R$ 9,4 bilhões de debêntures incentivadas emitidas pela CCR Rodovias para financiar obras em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O valor é o maior já financiado para o setor de infraestrutura via emissão de debêntures incentivadas, que permitem às empresas captar recursos no mercado para financiar projetos de infraestrutura a partir da emissão de títulos de dívida. Por esse modelo, os investidores contam com isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos.

Além da debênture incentivada, a transação contempla também uma linha de financiamento na modalidade Finem, um financiamento do BNDES destinado à produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, no valor de R$ 1,34 bilhão, totalizando os R$ 10,75 bilhões comprometidos.

O volume representa quase 70% dos cerca de R$ 15,5 bilhões investidos na execução de obras nas rodovias Presidente Dutra (BR-116/RJ/SP) e Rio-Santos (101/RJ/SP), consideradas entre as mais importantes vias do País, conectando regiões metropolitanas muito utilizadas para a logística de cargas. O contrato de concessão das rodoviais foi feito em março de 2022 e terá a duração de 30 anos.

Rodovia Presidente Dutra liga São Paulo ao Rio de Janeiro, as duas maiores cidades do País
Rodovia Presidente Dutra liga São Paulo ao Rio de Janeiro, as duas maiores cidades do País
Foto: Tiago Queiroz / Estadão / Estadão

O CEO do grupo CCR, Miguel Setas, celebrou na manhã desta sexta-feira o anúncio de investimentos do governo federal para obras de melhorias na rodovia Presidente Dutra. Segundo o empresário, o investimento, que vai totalizar R$ 15,5 bilhões, "é o maior da história para uma concessão". Com promessas de que o investimento promoverá mais segurança e iluminação, por exemplo, Setas brincou que a via poderia ser vista do espaço.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também destacou o volume de investimentos, exaltando o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A reforma da Dutra é Lula", destacou em meio a aplausos, e prevendo prêmio internacionais para o projeto.

"A operação com a CCR não tem subsídios, a garantia é o próprio projeto", disse o ministro, destacando o modelo de debêntures incentivadas. Mercadante finalizou sua fala afirmando que o objetivo é chegar em R$ 50 bilhões de investimentos na infraestrutura ainda neste ano.

Maior participação do BNDES

A participação do banco federal em operações de debêntures tem aumentado nos últimos anos, mas registrou um salto a partir de 2023, com a chegada de Mercadante. Em 2022, o BNDES coordenou emissão total de R$ 6,3 bilhões e subscreveu R$ 5,3 bilhões. No ano passado foram R$ 18 bilhões coordenados, com ancoragem/subscrição próxima de R$ 11 bilhões.

A subscrição de debêntures tem, segundo o BNDES, os seguintes objetivos: fomentar o crédito de longo prazo, compartilhar risco com outros financiadores, favorecer práticas sustentáveis, e viabilizar emissões por meio de investimentos âncoras em empresas e projetos no País. A ancoragem também pode ser feita em parcerias com outros bancos. Essa alternativa garante que a empresa emissora tenha todos os papéis comprados.

O maior apoio às emissões já resulta, neste ano, no maior volume anual emitido desde que a modalidade foi criada, em 2012. Somadas a emissão da CCR e outras oito autorizadas neste ano, o valor total está em R$ 19,3 bilhões, com projeção de que alcancem R$ 30 bilhões até dezembro.

Para as empresas interessadas nas emissões, a vantagem é a captação de recursos com taxas de juros inferiores a outras modalidades de financiamento.

A partir da aquisição dos papéis, além de garantir o crédito buscado para financiar projetos de interesse nacional, o BNDES lucra com os juros a serem pagos pela empresa emissora ou, como é feito costumeiramente, pode revender os ativos.

Em 2023, o banco federal foi premiado como o melhor coordenador de ofertas de debêntures na América Latina "Bond Arranger of the Year", em premiação do Project Finance and Infrastructure Journal (IJ Global).

Incentivo para infraestrutura

O secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, diz que a participação do BNDES nas emissões fortalece as concessionárias, principalmente no contexto de demanda por grandes investimentos previstos para os mais de 30 projetos de concessões que compõem a atual carteira do ministério.

"Uma das reclamações do mercado era sobre a dúvida quanto a participação do BNDES. Temos feito nossos projetos com análise do BNDES, que já diz como ele pode financiar cada projeto", diz Santoro ao defender que, a partir dessa perspectiva, há aumento de garantias e previsibilidade para participação nos leilões de ativos.

Outra modalidade para o setor, as debêntures de infraestrutura, criada por lei no início deste ano, teve regulamentação publicada no Diário Oficial da União (DOU) da quinta-feira, 18.

A nova categoria, em vez de incentivar o investidor, beneficia as empresas emissoras através da dedução de 30% dos juros pagos relativos às Debêntures de Infraestrutura da determinação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Estadão
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