BNDES aprova R$80 mi à UISA Biogás para nova unidade de produção com resíduos de cana
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de 80 milhões de reais para a UISA Geo Biogás construir uma unidade industrial de produção de biometano e energia elétrica a partir de resíduos de cana-de-açúcar, em Nova Olímpia (MT), conforme comunicado nesta quarta-feira.
Em sua primeira fase, a planta produzirá até 11,4 milhões Normal Metros Cúbicos (Nm³) por ano do biogás e até 32 mil Megawatt-hora (MWh) por ano de energia elétrica.
Segundo o comunicado, o projeto permitirá a distribuição de biometano em região ainda não atendida por rede de gás natural.
O biogás também será utilizado para substituir o diesel de parte da frota de caminhões da UISA, uma das sócias do empreendimento, e a energia elétrica irá suprir a demanda da própria unidade, podendo também ser exportada.
A unidade está sendo construída ao lado da usina de açúcar e álcool da Usinas Itamarati (UISA), que destinará seus resíduos industriais para o processo produtivo da nova planta.
A produção do biogás, segundo prevê o projeto, poderá ser feita independentemente do período de safra e entressafra da cana, pois a tecnologia utilizada será a biodigestão anaeróbica, capaz de processar resíduos que podem ser estocados sem perda de matéria orgânica, o que permitirá à planta fornecer gás de forma constante ao longo de todo o ano.
Além de biometano e energia elétrica, a unidade também será capaz de produzir biofertilizantes sólidos e líquidos, produtos que serão destinados integralmente à UISA — como contrapartida ao fornecimento dos resíduos industriais — para uso nas plantações de cana.
O financiamento foi aprovado no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e corresponde a 33% do investimento total previsto no projeto, que é de 243,5 milhões de reais.
Isso porque a expectativa é que o empreendimento contribua também para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com ferramenta elaborada pelo BNDES em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o volume total de carbono capturado com o projeto será de 9,1 milhões de toneladas, o que equivale ao plantio de 63 milhões de árvores, disse o banco.