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Bolsa cai puxada por tombo de 8% das ações da Petrobras

Discurso do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não foi suficiente para evitar baixa de 2,05% do Ibovespa

5 jan 2015 - 17h52
(atualizado em 6/1/2015 às 09h18)
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<p>Queda do preço do petróleo também impactou o Ibovespa</p>
Queda do preço do petróleo também impactou o Ibovespa
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A Bovespa fechou a segunda-feira no vermelho e o Ibovespa abaixo dos 48 mil pontos, diante do quadro externo negativo, refletindo nova queda dos preços do petróleo, com o barril nos Estados Unidos abaixo de US$ 50 dólares, e temores com a Grécia na Europa.

O discurso do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, à tarde não trouxe novidades concretas em termos de medidas para a economia, embora ele tenha apresentado a sua nova equipe.

No fechamento, o principal índice da bolsa paulista acusou queda de 2,05%, a 47.482 pontos, perto da mínima de 47.263 pontos. O giro financeiro somou R$ 6,4 bilhões.

O viés negativo foi guiado pelo tombo de 8% dos papéis da Petrobras, no centro de um escândalo de corrupção. As ações, que perderam quase metade do peso no Ibovespa na nova composição da carteira, encontraram na baixa do petróleo pressão vendedora adicional.

Em nota a clientes, o UBS disse que o sentimento negativo com a companhia continua e citou a divulgação do resultado do terceiro trimestre previsto para este mês e a crença na mudança de membros da diretoria (fora da alta cúpula) da empresa como potenciais catalisadores no curto prazo.

A queda de ações do setor de energia e receios com o futuro da Grécia na zona do euro derrubaram bolsas na Europa, respingando em Wall Street, onde papéis ligados a commodities também minavam os negócios. O S&P 500 caía 1,7%.

Em Brasília, Levy afirmou no primeiro discurso no comando da Fazenda que o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos será fundamento do novo ciclo de crescimento e que o Brasil tem condições de ter equilíbrio nas contas públicas sem redução de benefícios sociais.

Segundo o chefe da mesa de renda variável de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado, Levy disse as coisas certas, mas o tom do discurso foi burocrático, o que significou um não evento. O mercado que havia recuperado um pouco antes, devolveu.

Investidores aguardam reticentes mais detalhes sobre um amplamente esperado pacote de ajuste das contas públicas e medidas que apontem um cenário melhor para o crescimento econômico e o controle da inflação no País.

"Com o cenário macroeconômico ainda desafiador, e sem muita visibilidade com relação às medidas que o governo vai tomar - e qual a direção vai seguir -, nossa cabeça não mudou muito e seguimos cautelosos com Brasil", disse o BTG Pactual em nota a clientes, acompanhando a estratégia de ações para janeiro.

A gigante de bebidas Ambev terminou em baixa de 2,06%. O setor de educação seguiu pesando, embora longe das mínimas da abertura, ainda reagindo a mudanças nas regras de programas voltados ao financiamento do ensino superior. No índice, Estácio recuou 5,7% e Kroton declinou 6,35%.

As preferenciais da operadora Oi ficaram entre as maiores quedas, em baixa de 6,76%. A empresa projetou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de rotina das operações no Brasil em 2015 de R$ 7 bilhões a R$ 7,4 bilhões.

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