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Bolsas de NY fecham sem direção em dia de maior bull market da história dos EUA

22 ago 2018 - 19h30
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Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 22, sem direção única, monitorando os riscos políticos envolvendo o governo de Donald Trump e a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) realizada no início deste mês. O dia também marcou o período de bull market mais longo da história das bolsas dos Estados Unidos, que teve início em 9 de março de 2009, com base na cotação do S&P 500.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,34%, aos 25.733,60 pontos; o S&P 500 recuou 0,04%, aos 2.861,82 pontos; e o Nasdaq destoou dos demais e apresentou avanço de 0,38%, aos 7.889,10 pontos. Nesse período de bull market, o Dow Jones apresentou avanço de 288%, o S&P 500 subiu 319% e o Nasdaq saltou 510%.

A incerteza em torno da campanha de Trump pesou sobre o sentimento dos investidores durante todo o pregão, fazendo com que as bolsas alternassem entre leves altas e baixas durante todo o dia em solo nova-iorquino. O começo do cenário de instabilidade política nos EUA começou após o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, ter confessado, sob juramento, que efetuou pagamentos a duas mulheres sob orientação do líder americano. Apesar de ter dito que Trump é culpado, a defesa de Cohen admitiu não ter provas físicas sobre o envolvimento do republicano nos pagamentos.

"Se começar a parecer mais que o presidente está em risco, isso será um claro sinal negativo para o mercado, mas, por enquanto, os investidores devem continuar acompanhando os lucros", disse o gerente de portfólio sênior do Westwood Holdings Group, Matt Lockridge. "Essa incerteza é o que deu um pouco de azia aos mercados hoje - o que pode continuar nos próximos dias", escreveu em nota a clientes.

Ainda assim, o S&P 500 conseguiu estender sua alta de 9 de março de 2009 para 3.453 dias, o que se tornou o maior rali acionário da história dos EUA, superando o recorde anterior, estabelecido entre 1990 e 2000. "Embora existam alguns argumentos válidos para contestar a alegação de que este é, realmente, o maior bull market de todos os tempos, aproveitamos essa oportunidade para refletir o desempenho impressionante do S&P 500", escreveram analistas da LPL Financial. Eles apontam que o rali do indicador ainda pode ter combustível no tanque para continuar subindo mesmo diante de algumas incertezas.

Riscos também foram apontados pelo Fed na ata da reunião de política monetária realizada no início do mês. Apesar de ter apontado que elevará os juros no encontro de setembro, o documento do banco central americano informou que o nível de riscos aumentou, citando as disputas comerciais, as turbulências em mercados emergentes e o mercado imobiliário americano. Além disso, para alguns analistas, o viés da ata foi avesso a um forte aperto monetário, com o Fed pensando em parar de caracterizar as taxas de juros como "acomodatícias", o que sugere uma proximidade do nível neutro dos juros.

Estadão
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