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Bolsonaro diz ter "plano B" para pagar Auxílio Brasil

Declaração do presidente foi feita durante a participação no evento do G20 em Roma

30 out 2021 - 12h26
(atualizado às 12h48)
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Um dia após o novo secretário de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, ser categórico ao afirmar que a equipe econômica não tem um plano B para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 que não seja a aprovação da PEC dos Precatórios, o presidente Jair Bolsonaro disse em Roma que o governo trabalha sim com alternativas caso o Congresso não aprove o projeto.

Foto: Reuters

"Sou paraquedista, sempre tenho um paraquedas comigo, mas com muita responsabilidade", afirmou em entrevista em frente à embaixada brasileira em Roma. "Quem raciocina e tem inteligência sempre tem um plano B", completou, ao lado do ministro da Cidadania, João Roma.

Embora ninguém no governo fale abertamente sobre isso, a prorrogação do auxílio emergencial seria uma das alternativas para garantir um pagamento maior às famílias mais pobres. O Ministério da Cidadania já confirmou o reajuste no Bolsa Família será apenas para R$ 240 em novembro e o governo conta com a aprovação da PEC dos precatórios para fazer um pagamento maior a partir de dezembro.

"(A não aprovação da PEC até agora) é lógico que preocupa, o ano está acabando. Os precatórios chegaram a R$ 90 bilhões e consomem todos os recursos nossos. Se pagar essas dívidas os ministérios ficarão sem recursos em 2022", afirmou o presidente.

Bolsonaro disse lamentar as imagens de pessoas pegando ossos em um caminhão para se alimentarem e reforçou com isso a necessidade de entregar um programa social reforçado. "Se não atendermos 17 milhões de pessoas pobres, o que pode acontecer?", questionou. "Quando falamos em dobrar o valor do Bolsa Família, dizem que vamos furar o teto de gastos. No ano passado foram R$ 700 bilhões além do teto. Esse ano, com a questão dos precatórios, não furaremos o teto. É muita responsabilidade da equipe econômica conosco", acrescentou.

O presidente ainda reclamou da reação do mercado quando ficou claro que o governo iria alterar a regra do teto de gastos para abrir mais espaço no orçamento para o programa social - que levou à disparada do dólar e dos juros. "O mercado tem que entender que se o Brasil for mal eles vão se dar mal também. Estamos no mesmo time, o mercado toda vez nervosinho atrapalha em tudo o Brasil. Eu não influenciei negativamente na economia, eu não fechei nada no Brasil", rebateu.

Segundo o ministro da Cidadania, João Roma,todos os beneficiários do Bolsa Família serão transferidos para o Auxílio Brasil, novo programa de transferência de renda ambicionado pelo governo federal, sem a necessidade de um recadastramento.

"Asseguro que todos os beneficiários do Bolsa Família estarão abraçados pelo Auxílio Brasil", disse o ministro, que acompanha o presidente Jair Bolsonaro.

OCDE

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse há pouco que há uma articulação em curso para que seis países ingressem simultaneamente na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que facilitaria a entrada do Brasil no organismo multilateral.

"Existe uma possibilidade de seis países, três de cada lado, Europa e as Américas, entrarem na OCDE. Isso facilita o jogo para todos nós", disse Bolsonaro, que está em Roma para a reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo (G20).

Depois do apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil na organização, o problema persistente era a fila de candidaturas. Além do País, também aguardam uma resposta da OCDE Argentina, Peru, Romênia, Croacia e Bulgária. A União Europeia exigia que um país de seu grupo fosse incluído a cada novo entrante.

Bolsonaro tinha encontro marcado com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, neste sábado, 30, para mais uma vez expressar o desejo de o País fazer parte do organismo. O Brasil tinha boa relação com o antecessor de Cormann no cargo, José Angel Gurría.

Estadão
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