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Bolsonaro estende auxílio emergencial até dezembro

Ele destacou que o novo valor é 50% maior que a média do Bolsa Família; benefício é visto como um dos fatores que fizeram aumentar a popularidade do presidente

1 set 2020 - 09h54
(atualizado às 10h30)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira, 1º, a prorrogação do auxílio emergencial a informais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família até o fim deste ano. Serão mais quatro parcelas de R$ 300 (setembro a dezembro).

"O valor definido agora há pouco é superior a 50% do valor do médio do Bolsa Família", afirmou Bolsonaro, em referência ao benefício médio de R$ 190 do programa criado na gestão petista.

"O valor como tínhamos dizendo, R$ 600 é muito para quem paga, no caso o Brasil. Podemos dizer que não é um valor suficiente muitas vezes para todas as necessidades. Mas basicamente atende", completou o presidente.

O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto) por meio de um decreto. O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período. Para mexer no valor, o governo vai editar uma Medida Provisória (MP), que tem vigência imediata.

Fila para saque do auxílio emergencial em agência da Caixa
Fila para saque do auxílio emergencial em agência da Caixa
Foto: PAULO CARNEIRO/PHOTOPRESS / Estadão Conteúdo

O pronunciamento foi feito logo após Bolsonaro oferecer um café da manhã a líderes do Congresso para acertar os últimos ajustes da prorrogação do benefício. A iniciativa de conversar com os congressistas antes de finalizar a proposta é mais um gesto de aproximação do presidente com o Legislativo. O anúncio, inclusive, foi antecipado no último final de semana por um dos principais líderes do centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

Entre os participantes do encontro estavam os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da Casa Civil, Walter Braga Netto. Foram convidados cerca de 20 parlamentares do chamado 'Centrão' e outros alinhados ao governo.

O auxílio emergencial é a medida mais cara do pacote anticrise e já demanda R$ 254,3 bilhões em recursos, considerando as cinco primeiras parcelas. O custo mensal, com parcelas a R$ 600, é de R$ 51,5 bilhões. O benefício é visto como um dos fatores que fizeram o presidente atingir a maior índice de popularidade desde o início do governo.

Renda Brasil fica para 2021

O único que falou do Renda Brasil, novo programa pensado pelo governo para substituir o Bola Família e ser marca do governo social do governo Bolsonaro, foi o líder do governo no Senado Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). "Vamos focar outras importantes reformas, como é discussão do Renda Brasil, que vem após o auxílio emergencial para que a gente possa apresentar o maior programa de solidariedade social da história do Brasil. O presidente Bolsonaro protegendo os mais pobres", discursou.

Como o Estadão já mostrou, o anúncio do Renda Brasil ficou para um segundo momento para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha mais tempo para encontrar espaço para acomodar o novo gasto dentro do teto, que limita o avanço das despesas à inflação.

O presidente quer um plano que não inclua a revisão ou a extinção de outros benefícios, como o abono salarial, uma espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira com salário até R$ 2.090 e que custa cerca de R$ 20 bilhões ao ano. O abono é considerado ineficiente pela equipe econômica, mas a proposta foi rejeitada pelo presidente na semana passada. Em viagem a Minas Gerais, Bolsonaro avisou que não vai "tirar de pobres para dar a paupérrimos".

Enquanto não aponta a fonte do novo programa, a ideia do governo é que a extensão do auxílio seja uma transição para um "pouso suave" no novo Renda Brasil. Os técnicos da área econômica continuam debruçados sobre as alternativas para liberar espaço no Orçamento para o Renda Brasil.

Ontem, na divulgação do Orçamento de 2021, o governo anunciou um reforço para o programa Bolsa Família no ano que vem. O programa social receberá R$ 34,9 bilhões para contemplar 15,2 milhões de famílias, um milhão a mais que o número atual de beneficiários e dois milhões acima da quantidade de famílias que recebiam o Bolsa antes da pandemia.

Estadão
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