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Bolsonaro fala a TV sobre limitar privatização em energia e na Petrobras, teme avanço da China

10 out 2018 - 11h48
(atualizado às 13h18)
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O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica, assim como gostaria de manter estatal o "miolo" da Petrobras, em declarações que causaram uma queda acentuada especialmente das ações da elétrica Eletrobras.

 REUTERS/Ueslei Marcelino
REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Em entrevista à Band TV na noite de terça-feira, Bolsonaro ainda mostrou-se preocupado com vendas de ativos de energia elétrica para empresas da China, que têm realizado aquisições de diversas companhias privadas, como a CPFL Energia, hoje controlada pela State Grid.

Segundo o candidato, é possível "conversar" sobre privatização do setor de distribuição de eletricidade, mas "não geração".

"De jeito nenhum", declarou ele ao falar sobre a venda de ativos de geração, em um movimento que de certa forma se opõe aos planos do governo atual, de emitir ações e diluir a participação da União na Eletrobras --dona de subsidiárias de geração como Furnas e Chesf.

No caso das distribuidoras, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, com exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal.

    "Quando você vai privatizar, você vai privatizar para qualquer capital do mundo? A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil. Você vai deixar o Brasil na mão do chinês?", disse Bolsonaro.

"Suponha que você tem um galinheiro no fundo da sua casa e viva dele.... Quando privatiza, você não tem a garantia de comer um ovo cozido. Nós vamos deixar a energia nas mãos de terceiros?, questionou ele.

Bolsonaro afirmou que o Brasil tem cerca de 150 estatais, e que as que "dão prejuízo" serão vendidas imediatamente, ou até extintas.

"Para mim, energia elétrica, a gente não vai mexer. Até converso com o Paulo Guedes (guru de economia do candidato). O que deu errado lá? É indicação política, que leva à ineficiência e à corrupção."

Às 11:20, as ações preferenciais da Eletrobras recuavam 13 por cento, enquanto as ordinárias tinham queda semelhante. No caso da Petrobras, as preferenciais caíam 3,7 por cento, e as ordinárias, quase 3 por cento.

PETROBRAS

No caso da estatal do petróleo, Bolsonaro afirmou que o "miolo dela tem que ser conservado", mas lembrou que a companhia não tem recursos para explorar o pré-sal.

"Arrebentaram com a Petrobras. E daqui, 20, 25, 30 anos, a energia será outra. O refino dá para privatizar, mas mesmo privatizando algumas coisas tem que ver o modelo. A exploração você tem que abrir... Nós temos tecnologia, mas não temos recurso para explorar."

Em exploração, o governo atual realizou grande abertura de mercado, o que atraiu companhias estrangeiras como a Exxon Mobil para os recentes leilões do petróleo do pré-sal.

Ele disse ainda ser favorável à redução de impostos de combustíveis.

"Cada litro refinado de diesel custa 90 centavos, não sei se é verdade. E depois a Petrobras bota 150 por cento de margem de lucro e revende, aí vai para o Brasil, você bota em média 30 por cento do ICMS. Ninguém aguenta. Você tem que diminuir a carga tributária", destacou.

Segundo Bolsonaro, "o país não pode ter uma política predatória no preço do combustível para salvar a Petrobras e matar a economia brasileira".

"Qualquer coisa no combustível reflete no preço do mercadoria que está na ponta da prateleira."

Segundo ele, ninguém quer a Petrobras com prejuízo, "mas também não pode ser uma empresa que usa do monopólio para tirar o lucro que bem entende".

Ele ponderou ainda que "faltam dados para uma melhor análise", mas "uma vez sendo presidente a gente vai ter os dados".

PREVIDÊNCIA

Ao falar sobre a Previdência, Bolsonaro defendeu que se acabe com as incorporações e disse que o problema está no funcionalismo público.

"Onde é que está a fábrica de marajá? São as incorporações... vamos acabar com as incorporações num primeiro momento", afirmou.

Para exemplificar o seu argumento, o presidenciável citou o caso de um funcionário de uma Câmara Municipal que comece ganhando 10 mil reais, depois de alguns anos muda de cargo e passa a ganhar 20 mil reais e depois de um tempo repete o processo e passa a ganhar 30 mil reais.

"O grande problema é o serviço público, o resto você combate a fraude e o descaso", disse o candidato.

(Texto de Roberto Samora; reportagem adicional da Carolina Mandl e Laís Martins; edição de Marta Nogueira)

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