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Bovespa: analistas indicam cautela com ações de estatais

Crescimento da economia, impacto de um eventual racionamento de energia e as contas fiscais continuam no radar de investidores

1 abr 2014 - 18h32
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A exposição a ações defensivas e a escolha criteriosa de companhias que vivem um bom momento estão entre os principais conselhos de especialistas para investir na Bovespa em abril, conforme preocupações sobre o crescimento da economia, o impacto de um eventual racionamento de energia e as contas fiscais continuam no radar de investidores.

Itaú terá mais peso que Petrobras no Ibovespa

Ao mesmo tempo, analistas avaliam que ainda é cedo para acrescentar papéis de empresas estatais a seus porfólios. A recomendação vem depois de expectativas de mudanças no governo terem ajudado a levantar o Ibovespa em 7,05% em março, com pesquisa CNI/Ibope mostrando queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff.

Analistas do BTG Pactual liderados por Carlos Sequeira afirmaram em relatório que dados econômicos continuam refletindo uma deterioração e que o caminho até a eleição presidencial de outubro será marcado pela volatilidade no mercado acionário.

Por isso, permanecem com uma visão cautelosa da Bovespa, tendo mantido um portfólio defensivo, alocado em grande parte nas exportadoras Vale, Suzano e BRF e nas companhias do setor financeiro Itaú Unibanco, BB Seguridade e Cielo. "Acreditamos que ainda é muito cedo para basear uma recomendação no resultado das eleições presidenciais", escreveram os analistas do BTG.

O analista Felipe Hirai, do Bank of America Merrill Lynch, ecoou os comentários do BTG, afirmando que ainda não é o momento de precificar mudanças políticas, uma vez que "as razões que levaram à queda de popularidade da presidente Dilma são incertas e a visibilidade limitada aumenta riscos de investimentos".

Hirai afirmou que, em sua visão, investidores devem reduzir posições 'underweight' (abaixo da média do mercado) para empresas estatais, mas ainda não devem ficar 'overweight' (acima da média do mercado). Ainda assim, o banco aumentou a exposição de seu portfólio à Petrobras, embora mantendo a recomendação de 'underweight' para o papel. Em contrapartida, o BofA se mostrou otimista sobre os bancos privados devido ao crescimento de lucros recente, com destaque para Itaú Unibanco e Bradesco.

A Citi Corretora foi outra casa que adotou a estratégia de exposição a nomes defensivos, recomendando a ação da concessionária de infraestrutura CCR, devido à proteção contra a inflação através dos reajustes tarifários anuais, e da BB Seguridade, pelas boas perspectivas de geração de caixa e distribuição de dividendos.

Além disso, a carteira da Citi Corretora cita as ações da petroquímica Braskem, diante de boas expectativas para o resultado no primeiro trimestre, e do Grupo Pão de Açúcar (GPA), pela redução das despesas operacionais nos trimestres recentes.

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