Bovespa anula ganhos e fecha estável após alta volatilidade
A Bovespa fechou esta terça-feira com leve variação negativa, anulando ganhos obtidos mais cedo diante de perda de fôlego das ações da Petrobras, que tiveram a alta reduzida no fim do pregão, e pressão negativa de empresas de educação e bancos.
O Ibovespa encerrou a sessão com variação negativa de 0,02 por cento, a 47.007 pontos, renovando o menor patamar atingido pelo principal índice da bolsa desde março. O giro financeiro foi de 8,64 bilhões de reais.
Após mergulho na véspera, as ações preferenciais da Petrobras ganharam 2,18 por cento, a 9,38 reais, após chegarem a alcançar 9,92 reais durante a tarde. Os papéis ordinários da estatal fecharam a 8,70 reais, em queda de 2,11 por cento, após máxima de 9 reais mais cedo.
Na visão do analista Bruno Caloni, da Coinvalores, a alta nas ações da Petrobras acaba sendo limitada pelos desdobramentos das investigações de corrupção na estatal, em um momento em que o mercado especula possíveis nomes para uma eventual troca de comando na companhia.
"Esses novos episódios da Petrobras têm trazido pressão contudente para o mercado. Associando isso com todo cenário macro que a gente tem, que ainda é bastante complicado, você tem desânimo do investidor estrangeiro que só cresce", afirmou.
Nesta terça-feira, os ministros indicados para a Fazenda, Joaquim Levy, e para o Planejamento, Nelson Barbosa, reuniram-se com parlamentares na Comissão Mista do Orçamento (CMO) para discutir o Orçamento da União de 2015, reforçando a perspectiva de controle fiscal para a economia.
O reiterado compromisso com o rigor fiscal acabou afetando o desempenho das empresas de educação, com investidores temendo eventual diminuição no desembolso do governo federal com o programa de financiamento estudantil Fies.
As ações da Kroton exerceram a maior pressão negativa sobre o Ibovespa, fechando em queda de 4,14 por cento, a 15,98 reais. A empresa de educação Estácio, por sua vez, exibiu recuo de 4,36 por cento, a 24,15 reais.
Os papéis de empresas de siderurgia, por outro lado, figuraram entre as maiores altas do índice, ajudados pela desvalorização do real. Usiminas subiu 8,08 por cento, enquanto Gerdau e CSN ganharam 6,4 e 6,24 por cento, respectivamente.
Dados do Instituto Aço Brasil (IABr) mostraram mais cedo que a produção brasileira de aço bruto em novembro somou 2,772 milhões de toneladas, crescimento de 2,4 por cento sobre o resultado de um ano antes. Ao mesmo tempo, distribuidores de aço plano do Brasil esperam alta de 2 por cento nas vendas em 2015.
Do lado das companhias com pior desempenho na sessão, as ações da Gol caíram 10,29 por cento, fortemente impactadas pelo encarecimento do dólar. A companhia aérea tem a maior parte dos seus custos operacionais atrelados à moeda norte-americana.