Bovespa fecha em alta de 1,25%, após 3 dias de queda
Ibovespa subiu 1,25%, a 53.518 pontos, após cair 7,6% nos últimos três pregões
A Bovespa interrompeu a sequência de perdas dos últimos três pregões e fechou em alta nesta quinta-feira, amparada nos ganhos de ações de bancos, em sessão marcada por ajustes técnicos dos papéis que caíram fortemente nos últimos dias.
A volatilidade seguiu presente, com investidores especulando sobre novas pesquisas eleitorais e no aguardo do último debate presidencial antes do primeiro turno das eleições, que acontece no domingo.
O Ibovespa subiu 1,25%, a 53.518 pontos, após cair 7,6% nos últimos três pregões, o que levou o principal índice do mercado à mínima em quase quatro meses na véspera.
Nesta sessão, o índice chegou a recuar 0,7%, a 52.480 pontos, no pior momento do dia.
O volume financeiro do pregão somou R$ 7,7 bilhões.
"Foi uma recuperação modesta da queda recente, que parecia exagerada. Boatos sobre pesquisa também ajudaram, mesmo sem muita credibilidade", disse o gestor de renda variável de uma administradora de recursos, que preferiu não ser identificado.
"A única certeza é que a volatilidade continuará alta", afirmou.
A melhora em Wall Street ajudou, com os principais índices passando a oscilar ao redor da estabilidade, após frustração com comentários do presidente do Banco Central Europeu ditar um tom mais pessimista na primeira etapa dos negócios.
O índice norte-americano S&P 500 encerrou estável, a 1.946 pontos, após ter recuado 1% na mínima da sessão.
O operador da gestora de recursos Asset Management Quantitas Thiago Montenegro destacou a volatilidade das ações do chamado 'kit eleição', antes de nova rodada de pesquisas eleitorais e o último debate presidencial do primeiro turno.
Os institutos Datafolha e Ibope divulgam novos números sobre intenções de voto dos brasileiros no início da noite, enquanto a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, Marina Silva, do PSB, e Aécio Neves, do PSDB, devem atrair os holofotes no debate presidencial que a TV Globo transmite nesta noite.
Em setembro, pesquisas eleitorais mostraram recuperação de Dilma na corrida presidencial. Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo e as chances maiores de vitória da petista motivaram um forte ajuste para baixo na Bovespa.
As ações da Petrobras, bastante afetadas pelo noticiário eleitoral, fecharam em alta de cerca de 1%, após terem recuado mais cedo. Nos três pregões anteriores, as preferenciais da estatal acumularam queda de 18,4%, enquanto os papéis ordinários desvalorizaram-se 17,3%.
Mas foram papéis de bancos, que também têm reagido à dinâmica da eleição, que responderam pelas principais influências positivas para alta do Ibovespa, com destaque para Bradesco e Itaú, que vinham de quedas acumuladas de 12,5% nas últimas três sessões.
Em nota a clientes, o Deutsche Bank chamou a atenção para a forte queda das ações dos bancos brasileiros no último mês, em meio a mudanças no cenário mostrado por pesquisas eleitorais. Para a instituição, o movimento é exagerado e abre espaço para compras.
No final do dia, a Moody's reduziu a perspectiva sobre o sistema bancário brasileiro de "estável" para "negativa", diante de um cenário operacional no país cada vez mais difícil.
Além do dia 05 de outubro
Vale também ajudou na alta. Na véspera, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o embarque de minério de ferro do Brasil em setembro foi o maior em quase três anos.
Gol encontrou suporte na trajetória mais comportada do dólar frente ao real e devolveu parte da perda de 14% acumulada em quatro pregões seguidos.
Os papéis da CCR também se destacaram no campo positivo, com ganho de 4%, após terem recuado 4,5% na véspera. Nesta quinta-feira, o Itaú BBA elevou a ação para "outperform", acima da média do mercado.
O papel da Cosan Log, resultado da cisão da parcial da Cosan, estava previsto para estrear na bolsa nesta sessão, mas teve o início dos negócios adiado para 6 de outubro.
A ação da Restoque, dona de marcas como Le Lis Blanc e Bo.Bô, que não faz parte do Ibovespa, disparou 10,62%, após seu Conselho de Administração aprovar a incorporação de 100% das ações de emissão da Dudalina.