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Bovespa fecha em baixa de 1,63% após Senado cancelar MP

"A dificuldade em aprovar as medidas fiscais dificulta a recuperação da credibilidade brasileira", disse Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos

4 mar 2015 - 18h06
(atualizado às 18h06)
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<p>O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, considerou inconstitucional a MP 669; Dilma se reuniu com líderes de sua base nesta quarta-feira (4)</p>
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, considerou inconstitucional a MP 669; Dilma se reuniu com líderes de sua base nesta quarta-feira (4)
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O principal índice da Bovespa fechou esta quarta-feira (4) no vermelho, em meio à deterioração do ambiente político, com investidores preocupados sobre potenciais dificuldades para o amplamente almejado ajuste nas contas públicas do País.

O Ibovespa encerrou em baixa de 1,63%, a 50.468 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 6,5 bilhões.

A queda nos pregões em Wall Street reforçou a pressão vendedora na bolsa paulista, em sessão também influenciada pela valorização do dólar para ao redor de R$ 3.

Em Wall Street, o índice S&P 500 recuava 0,47%, com ações do setor de saúde entre os poucos ativos no azul, conforme investidores seguiam ajustando posições após rali recente que colocou as bolsas em máximas recordes.

No Brasil, o governo federal precisou enviar projeto de lei que pode gerar receita ao governo de cerca de 14,6 bilhões de reais com urgência constitucional ao Congresso após o presidente do Senado rejeitar a respectiva medida provisória.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, considerou inconstitucional a MP 669, que elevou as alíquotas de Contribuição Previdenciária das empresas sobre receita bruta, reduzindo, na prática, a desoneração da folha de pagamentos.

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta quarta-feira com os líderes de partidos aliados da Câmara e do Senado e fez um apelo pela aprovação do projeto de lei.

"A dificuldade em aprovar as medidas fiscais dificulta a recuperação da credibilidade brasileira", afirmou o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Ele lembrou que há um custo político para medidas como esses ajustes fiscais e o governo não parece gozar de apoio para isso, o que ficou nítido nos últimos acontecimentos. 

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O noticiário corporativo também esteve no radar, como a chance de a Petrobras buscar financiamento de até US$ 19 bilhões (aproximadamente R$ 56 bilhões). As preferenciais da estatal caíram 4,06%, também afetadas pela valorização do dólar, que pressiona o nível de endividamento da empresa, enquanto o petróleo não mostrou direção comum no exterior.

A alta da moeda americana, por sua vez, ajudou as siderúrgicas, com a Gerdau à frente, em alta de 4,51%, também em meio à recepção positiva do seu balanço do quarto trimestre.

O comportamento do câmbio favoreceu ainda as empresas de papel e celulose, como Fibria e Suzano, com a última ainda beneficiada por informações sobre aumento de preço e expectativa do balanço após fechamento do pregão.

Banco e Selic

Bancos pesaram negativamente no Ibovespa nesta sessão, com Bradesco caindo 2,07% e Itaú Unibanco recuando 0,87%, diante de preocupação sobre a exposição de tais instituições ao escândalo envolvendo a Petrobras.

O Banco do Brasil perdeu ainda mais, fechando em baixa de 5,04%, Na véspera, a Moody's afirmou que os riscos à operação Lava Jato são maiores para bancos públicos. O Goldman Sachs também reduziu o preço-alvo da instituição de R$ 25,80 para R$ 25,40.

E a Vale foi mais um componente negativo, com as preferenciais recuando 2,32%, após os preços do minério de ferro recuarem nesta quarta-feira para perto do menor nível desde 2009.

Agentes financeiros ainda aguardam nesta quarta-feira decisão de juros do Banco Central, com 43 de 48 economistas consultados pela Reuters prevendo alta da taxa Selic para 12,75%.

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