Bovespa fecha em queda de 1,32% com cautela antes de feriado
Bancos puxaram as perdas; anúncio dos dados de emprego nos EUA na sexta-feira também deixou bolsa cautelosa
A bolsa paulista fechou em queda nesta quarta-feira (3), por realização de lucros e cautela na véspera do feriado de Corpus Christi, com o declínio nas ações dos bancos guiando as perdas do Ibovespa após dois pregões seguidos de alta.
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O principal índice da Bovespa caiu 1,32%, a 53.522 pontos, após acumular alta de quase 3% nos dois primeiros pregões da semana. O volume financeiro da sessão somou R$ 6,58 bilhões, abaixo da média do ano.
Para o gestor Julio Erse, sócio na NP Investimentos, a Bovespa segue sem uma tendência definida, reagindo a eventos de curtíssimo prazo. E nesta sessão prevaleceu a cautela ante a divulgação, na sexta-feira (5), de dados de emprego dos Estados Unidos. Os dados do mercado de trabalho dos EUA têm ajudado a balizar as apostas sobre a primeira alta dos juros nos EUA em quase uma década.
No front local, a decisão de política monetária do Banco Central prevista para o final do dia corroborou a cautela, com as apostas majoritárias no sentido de alta do juro de 13,25% para 13,75%.
Destaques
BRADESCO fechou com as preferenciais em queda de 2,29%, devolvendo ganhos da véspera, após a Agência Estado publicar na véspera que o banco teria feito a maior oferta entre os três que mostraram interesse pelo HSBC no Brasil. Analistas da corretora Brasil Plural disseram que o Bradesco é o competidor mais adequado para a operação e ponderaram que, historicamente, fusões demoram muito para serem absorvidas, "resultando em desempenho mais fraco no curto prazo e possivelmente afetando a performance das ações".
ITAÚ UNIBANCO perdeu 2,53%, também contaminado pelas especulações sobre a oferta pelo HSBC, uma vez que é um dos três bancos que, segundo a Agência Estado, estaria na disputa. O Itaú e o chileno Corpbanca também fecharam acordo para uma série de modificações na proposta anterior para unir suas operações no Chile e na Colômbia. O Credit Suisse avaliou o efeito das mudanças de "neutro para ligeiramente negativo", afirmando em nota a clientes que, embora os novos termos sejam um pouco menos favoráveis ao Itaú do que aqueles propostos no mês passado, ainda acredita que a transação é estrategicamente benéfica para o banco brasileiro.
BANCO DO BRASIL recuou 3,62%, em linha com o declínio no setor, mas também contaminado por declaração do vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica Federal, Márcio Percival, de que anunciará em até 20 dias uma previsão menor para crescimento de sua carteira de crédito em 2015.
VALE caiu 1,94%, após disparar mais de 7% na véspera, apesar de nova alta do preços do minério de ferro, com o noticiário incluindo também comentários da gigante australiana do setor BHP Billiton de que o excesso de oferta deve se prolongar.
KROTON EDUCACIONAL também esteve entre os destaques negativos, com o declínio de 3,3% no dia anulando os ganhos dos dois primeiros pregões de junho. Ainda no setor, Estácio Participações caiu 2,92%.
PETROBRAS não sustentou os ganhos de boa parte da sessão, com as preferenciais fechando com variação negativa de 0,08% e as ordinárias, de 0,14%. No radar, notícia de que a estatal chamou o Bank of America Merrill Lynch para ajudar a gerenciar seu plano de desinvestimentos e já entrou em contato com grandes petroleiras. Também estiveram no foco reportagem do jornal Valor Econômico afirmando que a estatal pode divulgar seu plano de negócios 2015-2019 em 23 de junho, e o edital para assembleia geral extraordinária em 1º de julho, quando será discutida reforma do estatuto social da empresa.
TIM PARTICIPAÇÕES foi destaque na ponta positiva do Ibovespa, terminando com alta de 3,98%, conforme o mercado segue na expectativa sobre fusão ou aquisição no setor de telecomunicação. OI não sustentou os ganhos, e as preferenciais fecharam com queda de 1,45% e as ordinárias, de 3,29%. A operadora de telecomunicações está planejando encontros com investidores a partir de quinta-feira, o que pode preceder uma emissão de bônus em euros, afirmou nesta quarta-feira o IFR, serviço da Thomson Reuters.
ECORODOVIAS recuperou-se ao longo do pregão para novamente terminar entre as maiores altas, com ganho de 1,47%, conforme seguem as expectativas relacionadas a potencial anúncio de medidas para o setor de infraestrutura. O papel ainda acumula perdas de quase 20% no ano.