Bovespa: OGX e Petrobras ofuscam alta do Itaú Unibanco
O principal índice da Bovespa teve a quarta queda em cinco sessões nesta terça-feira, pressionado pelas petroleiras OGX e Petrobras, que ofuscaram o desempenho positivo do setor bancário após o Itaú Unibanco divulgar fortes resultados trimestrais. O Ibovespa caiu 0,97%, a 54.538 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 5,9 bilhões.
A OGX, endividada petroleira do empresário Eike Batista, anunciou ter encerrado conversas com detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da empresa com vencimento em 2018 e 2022 sem um acordo para reestruturar sua dívida. A empresa se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial a partir desta terça, disseram à Reuters três fontes com conhecimento da situação. As ações da petroleira caíram 20% nesta sessão, para R$ 0,23.
A estatal Petrobras também pressionou o Ibovespa, com investidores realizando lucros após as ações preferenciais da companhia terem subido 7,57% e as ordinárias avançado 9,83% na véspera. Os papéis foram impulsionados por expectativas sobre uma nova metodologia para preços de combustíveis que prevê reajustes automáticos e periódicos, conforme a necessidade de alinhamento com os valores praticados no mercado internacional. "Estamos tendo um dia de correção em relação a ontem, quando o Ibovespa fugiu um pouco do padrão com a alta da Petrobras", disse o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.
Com os mercados internacionais no aguardo do fim da reunião de dois dias do banco central norte-americano, na quarta-feira, e atentos a balanços de empresas, os investidores também se focaram por aqui no noticiário corporativo. O setor financeiro se descolou do movimento de queda da bolsa, liderado pelas ações do Itaú Unibanco e da holding Itaúsa após o banco divulgar resultados trimestrais. O Itaú Unibanco anunciou lucro líquido recorrente de R$ 4,02 bilhões no terceiro trimestre, alta de quase 18% ante o obtido um ano antes e superior ao esperado por analistas.
"Acreditamos que o desempenho foi, de fato, o melhor entre as instituições financeiras até o momento", afirmaram analistas da XP Investimentos, destacando a queda da inadimplência, a margem com clientes e os custos sob controle como destaques do resultado, mesmo com a crescente concorrência no setor.
Cteep recuou mais de 5%, após a empresa divulgar prejuízo de R$ 245,3 milhões para o terceiro trimestre. Duratex e CCR, também fecharam no vermelho após divulgarem balanços. A Embraer teve a terceira maior queda do índice, após a norte-americana JetBlue anunciar que adiará o recebimento de 24 aviões da empresa brasileira, para entre 2020 e 2022, ante plano anterior, de 2014 a 2018.