Bovespa sobe 2,6% e fecha na máxima em quase 1 ano
O principal índice da Bovespa avançou para a máxima em quase um ano nesta quarta-feira, fechando acima dos 54 mil pontos, conduzido pelas ações de bancos após resultado trimestral do Santander Brasil e em meio a expectativas sobe a cena política.
Ações relacionadas a commodities também deram suporte ao pregão brasileiro, particularmente após o Federal Reserve demonstrar confiança na economia norte-americana, mas sem sinalizar alta dos juros dos Estados Unidos já no mês de junho.
O Ibovespa subiu 2,63%, a 54.477 pontos. Trata-se do maior patamar de fechamento desde 25 de maio de 2015. O volume financeiro somou R$ 8,3 bilhões
Da cena política, conforme o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff caminha no Senado e muitos agentes financeiros veem o afastamento dela como o "caminho natural", crescem as especulações sobre uma nova equipe econômica.
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que agrada o mercado, vem aparecendo entre os mais cotados para ocupar o Ministério da Fazenda em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, caso o Senado afaste Dilma por 180 dias.
Corroboraram as expectativas positivas declarações do presidente interino do PMDB, senador Romero Jucá (RR), de que o reequilíbrio das contas públicas e a restauração da confiança serão prioritários em um governo Temer e que a elevação dos impostos ainda não está em questão.
Do exterior, o banco central dos EUA endossou o avanço local ao não sinalizar uma alta iminente do juro norte-americano. As commodities ampliaram os ganhos após o comunicado do Fed, com o petróleo renovando máximas em 2016.
Destaques:
DESTAQUES
- Santander Brasil subiu 2,36%, após mostrar lucro praticamente estável, mas queda nas despesas com provisões para calotes, impulsionando o setor como um todo. BRADESCO fechou com acréscimo de 3,52%, Itaú Unibanco avançou 3,42% e Banco do Brasil ganhou 2,53%, com perspectivas relacionadas ao cenário político também amparando os papéis.
- Petrobras fechou com as preferenciais em alta de 6%, acima de R$ 10, na máxima desde agosto de 2015, conforme os preços do petróleo retomaram o fôlego, renovando máximas de 2016. Os papéis também seguem contagiados pelo ambiente político.
- Vale encerrou com as preferenciais em alta de 3,11%, na esteira do avanço das commodities como um todo e revertendo o declínio da manhã, quando seguiu o recuo dos preços do minério de ferro. A mineradora está planejando reiniciar seu projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, mas com capacidade prevista menor do que o objetivo inicial.
- Usiminas saltou 7,5%, liderando os ganhos das siderúrgicas e do Ibovespa. Nesta sessão o plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a indicação pela CSN de membros para o Conselho de Administração da empresa. A CSN também está questionando na Justiça contratos entre Usiminas e uma de suas controladoras, a Nippon Steel.
- Suzano Papel e Celulose avançou 3,92%, com o balanço do primeiro trimestre repercutindo positivamente entre analistas, que destacaram volumes fortes.
- Hypermarcas fechou com acréscimo de 2,09%, após salto no lucro para R$ 1 bilhão no primeiro trimestre, em resultado influenciado pela conclusão da venda do braço de cosméticos para a Coty. O Itaú BBA disse que o mercado continua a esperar potencial operação de fusão e aquisição envolvendo a companhia.
- Fibria caiu 1,72%, diante de resultado trimestral considerado fraco por analistas, com queda nos volumes e custos um pouco maiores. A fabricante de celulose vê tendência de recuperação dos preços na China, mas ponderou que o momento é incerto.
- Estácio Participações caiu 2,88%, liderando as perdas no Ibovespa e na contramão do setor de educação, tendo no radar relatório do Morgan Stanley de teria encontrado indicações de que a companhia pode estar registrando parte dos descontos oferecidos a estudantes como despesas com marketing, o que significa que a mensalidade efetiva comparada com seus pares poderia ser na verdade 5 a 10% menor do que o reportado. Kroton subiu 2,27%, tendo ainda no radar flexibilização das regras do Fies.