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Bradesco: mudanças na estrutura serão reveladas em fevereiro, diz novo presidente

Segundo Marcelo Noronha, mudanças devem ser mais profundas que aquelas que o banco costuma realizar a cada início de ano

18 dez 2023 - 17h09
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O novo presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta segunda-feira, 18, que as mudanças na estrutura do banco devem ser reveladas em fevereiro, em período próximo ao da divulgação do balanço de 2022. Segundo ele, as mudanças devem ser mais profundas que aquelas que o Bradesco costuma realizar a cada início de ano.

"Em fevereiro, nós falaremos mais sobre o banco", afirmou Noronha. De acordo com ele, há dois postos a preencher na vice-presidência: o do varejo, que ele ocupava até ser indicado à presidência, em novembro; e do atacado, que ficou vago com a saída de Eurico Fabri. Até lá, os diretores das áreas têm tomado as decisões de dia a dia.

Perguntado sobre qual área deve ser prioritária na nova estrutura, Noronha disse que todas são prioridade, do varejo ao atacado. Analistas de mercado consideram que o varejo será o primeiro desafio do executivo, diante da queda dos resultados do segmento nos últimos 15 meses com a alta da inadimplência dos clientes.

O presidente do conselho de administração, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que a troca na presidência do banco, anunciada em novembro, veio diante da necessidade de reestruturação do banco para novos tempos. "O Marcelo possui uma liderança reconhecida", afirmou Trabuco. Ainda de acordo com ele, o Bradesco considera que sua cultura corporativa é importante, mas que não é uma âncora que impede o banco de se movimentar.

Segundo Marcelo Noronha, mudanças devem ser mais profundas que aquelas que o banco costuma realizar a cada início de ano
Segundo Marcelo Noronha, mudanças devem ser mais profundas que aquelas que o banco costuma realizar a cada início de ano
Foto: Rafael Arbex/Estadão / Estadão

Noronha disse que a base de clientes do Bradesco reflete de forma exata a pirâmide social do País, com uma predominância da baixa renda, o que explica a pressão sobre os resultados em um período de juros e inflação altos. "Talvez tenhamos sido mais otimistas em relação ao cenário e ao apetite de crédito", afirmou ele.

O vice-presidente Cassiano Scarpelli, que responde pela área de Relações com Investidores, afirmou ainda que o comportamento do cliente de baixa renda mudou após a pandemia, e que as pessoas passaram a ter contas e cartões em múltiplos bancos, gerando um empilhamento de dívidas. "Sabemos navegar na baixa renda, mas ficamos dois anos com juros muito altos", disse. "O cliente deve se ajustar no próximo um ou dois anos." Segundo ele, o cliente tem feito negócios em outros bancos, mas também buscou renegociar com o Bradesco.

Estadão
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